Outras Leituras
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"Plenos Pecados" Editora Objetiva Avareza Ariel Dorfman ****** |
O dicionário assim define a avareza: "1. Excessivo e sórdido apego ao dinheiro. 2. Falta de generosidade, mesquinhez". É principalmente nesses dois sentidos que o termo será usado e ampliado neste texto. A avareza é uma patologia do Ter. Como se sabe há muito tempo, o Ter e o Ser são duas dimensões fundamentais da condição humana.
1. O Ter relaciona-se às necessidades concretas, da vida dita mecânica,
que correspondem à satisfação das exigências do corpo: alimentação, excreção, sexo, reprodução, abrigo e a inclinação — que varia de pessoa a pessoa — de acumular dinheiro e bens materiais. A dimensão do Ser liga-se à vida que pode ser chamada de não-mecânica, e compreende fundamentalmente os sentimentos, as emoções, a intuição, o imaginário e os impulsos de realização pessoal e interpessoal. Nessa linha de raciocínio, a avareza inclui o tomar posse dos outros (que gera o ciúme mórbido, por exemplo) e o que podemos chamar de "avareza de qualidades", que leva algumas pessoas a se apossarem de determinados atributos e posar de modelos para as outras: o "super-santo" (que acha que todo mundo é pecador); o "super- honesto" (que imagina que todos são corruptos); o "superinteligente" (que está convencido de que vive cercado de imbecis); o "super- erudito" (que acredita que todos os outros são ignorantes).
Enfim, trata-se da volúpia da posse de tudo aquilo que puder ser capturado, colecionado e acumulado, que leva as pessoas a venerar o material e "materializar" o que não é material.
Centrarei minhas considerações na aquisição e acumulação de dinheiro e bens materiais (aqui incluídos os da natureza), mas sem esquecer que todas as formas de avareza são manifestações de um fenômeno básico: a perversão da dimensão do Ter. Antes de mais nada, é importante que não adotemos uma posição maniqueísta ou moralista diante das relações entre o Ter e o Ser, ou mesmo em relação à eventual predominância de uma dimensão sobre a outra, nessa ou naquela fase da vida humana. Ambas são instâncias essenciais ao nosso cotidiano. É também indispensável compreender que a predominância exacerbada e prolongada de uma delas sobre a outra acaba trazendo conseqüências marcantes — e é aqui que começam os problemas. Na qualidade de exacerbação do Ter, é evidente que a avareza traz conseqüências danosas para a dimensão do Ser. Trata-se da distorção de dois dos valores mais importantes da condição humana: o valor- coisa e o valor-processo. Em meu livro mais recente2 abordo, entre outros, esses valores. Convém voltar um pouco a eles agora, para melhor compreensão das considerações que se seguirão. Na avareza, a posse das coisas não faz cessar a necessidade que sentimos delas, como observou Rousseau. Nem ao menos a diminui. Pelo contrário, estimula-a indefinidamente. O avarento caminha sempre na direção da ansiedade e o faz ao longo de uma seqüência:
a) a posse não o satisfaz;
b) por isso, a necessidade de seguir acumulando jamais o abandona;
c) a essa circunstância se juntam o medo de perder o já acumulado e o pavor de não conseguir continuar concentrando.
Na prática, portanto, o avarento concretiza a formulação de Aristóteles, que dizia que é da própria essência do desejo jamais ser satisfeito,
o mundo é uma fonte de "recursos" e "bens" dos quais somos os usuários.
Por ser uma patologia do Ter, a avareza é também uma patologia do objeto, uma patologia da coisa. Como já sabemos, ela se traduz pela negação de tudo aquilo que implica processo, fluxo, circulação. É uma inclinação para o enrijecimento, para a petrificação, um movimento em direção ao inanimado.
O avarento se sabe um funcionário da retenção. Mais ainda, percebe que não é capaz de fugir dessa armadilha, e por isso está a cada dia mais cheio de medos, sendo o maior deles, como logo veremos, o que tem de si próprio. Esse medo é a cada passo potencializado pela desconfiança. Já vimos que o avarento percebe que por mais que tente não conseguirá acumular e reter o que sua compulsão interna lhe impõe. Por isso, no fundo ele não confia em si próprio como agente da acumulação. Essa desconfiança alimenta o medo, que retroage sobre
ela, intensificando-a. E assim se fecha o círculo.
Por não poder tolerar essa pressão além de um certo limite, o avarento a projeta nos outros. É por meio dessa dinâmica que a avareza acaba sendo também uma patologia da alteridade, pois para o avarento tudo na vida parece resumir-se ao "meu" que ele opõe tenazmente ao "não-meu": "meu" dinheiro, "minha" casa, "minha" mulher", "minhas" crenças e assim por diante. Ao lado disso, como mencionei há pouco, jamais o abandona a compulsão de transformar o "não-meu" em "meu", no menor tempo possível e com o menor esforço e gastos possíveis. Em seus esforços para alcançar esse objetivo, o avarento passa ao largo do fato de que cedo ou tarde suas ações acabarão destituindoos outros, privando-os — muitas vezes totalmente — de seus haveres. Como para ele os valores humanos se reduzem ao valor dos bens e do dinheiro, acaba convencido de que quando despojado deles o ser humano deixa de existir, deixa de ter interesse, transforma-se num estorvo. Em conseqüência, precisa ser excluído. Portanto, a avareza é também uma patologia da inclusão social, o ponto extremo da patologia da alteridade. O avarento exclui o outro mesmo quando não consegue se apropriar de seus bens: em muitos casos descarta-o preventivamente, porque teme que ele por sua vez seja também avarento e, nessa condição, possa aproximar-se e destitui-lo. Como resultado, transforma-se num solitário: sua única companhia é o dinheiro e os bens que conseguiu juntar e reter. Dado que vê as posses como um fim e não como um meio, aliena-se a elas e assim acaba dando-lhes mais valor do que a si próprio. Já não possui seus bens: é possuído por eles. Em seu afã de imobilizar, de reter, no fundo o avarento quer se livrar do diferente, da diversidade. Quer transformar tudo num valor único e padronizado — o valor econômico. Nesse empenho, descobre os princípios de uma estratégia que utilizará largamente: padronizar para facilitar a dominação, controlar para melhor concentrar. A avareza é muito mais do que o simples entesouramento de dinheiro, como fazia Ebenezer Scrooge, o arquetípico personagem de Charles Dickens. Ser avarento significa não apenas vencer, mas sobretudo impedir que os outros façam o mesmo. Já vimos que essa forma de paranóia vem sendo chamada de "competitividade". Em síntese, ela significa isso: pôr a competição predatória da exclusão no lugar da competência do conviver e achar que desse modo está sendo satisfeita uma crença basilar, que está sendo criado um valor fundamental O Ter e o Futuro O avarento teme e evita o aqui-e-agora, pois como está mais voltado para o Ter do que para o Ser tende afastar-se de si mesmo. Não poderia ser de outro modo, aliás, pois ao longo do processo em que terminará por excluir a si próprio do mundo ele acaba se vendo como uma coisa. E então, coisa por coisa, prefere a "segurança" dos valores que acumulou a ter de lidar com a aleatoriedade da vida. Projeta o Ter no Ser e acaba excluindo este último.
Essa projeção faz com que ele procure perder o contato consigo mesmo,
isto é, que abandone a experiência vivida. Para evitá-la, nega o presente e se lança em direção ao futuro. Joga a experiência para a frente, porque ainda não se julga preparado para vivê-la: acha que ainda não acumulou o bastante para usufrui-la. Nesse sentido, a avareza é também uma patologia do porvir. Mas esse "bastante" é para ele inatingível, e assim o avarento está sempre acumulando, sempre se preparando para uma fruição que jamais chega. Em última análise, trata-se de uma forma de negar a vida ou, como vimos, uma tentativa de controlar sua diversidade e suas incertezas. A vida é então trocada por uma "segurança", que faz com que ela própria acabe sendo vista com ansiedade e suspeita. Sabemos que projetar os ganhos para o futuro, com o objetivo de acumular, é um dos princípios do capitalismo. O avarento apropria-se dele e o transforma em patologia. Adia a experiência do viver em troca dos prazos (sempre permeados de tensão e medo) necessários à acumulação. Prorroga a vida para um porvir no qual os ganhos de capital e demais benefícios do valor econômico permitirão a "realização".
Mas está convencido de que esse vir-a-ser não deve
ser jamais alcançado, como desejam as pessoas que poupam parte do que ganham para mais tarde beneficiar-se. Do ponto de vista do avaro, o futuro não pode nem deve chegar: o que seria a vida, sem o infindável processo de captar, recolher, amealhar, concentrar? Por todas essas razões ele se refugia num auto-exílio angustiado, ao abrigo do qual passa a negar quase tudo, em especial a si próprio. Não é difícil compreender o que o motiva. Para experienciar o aqui-e- agora, como acabamos de ver, é preciso que nos voltemos para dentro de nós mesmos, que nos auto-observemos com atenção, que estejamos ligados a nós próprios. O contato com a experiência nos leva em direção ao Ser, sem contudo negar o Ter, pois ambas as dimensões fazem parte da condição humana e por isso precisam ser consideradas em sua justa medida. Para o avarento, porém, isso é impossível: como observar uma subjetividade que, de tanto ser negada, acabou por praticamente desaparecer? Para ele, as coisas são confiáveis porque não se movem, ou movem-se muito pouco e numa única direção — a do acúmulo. Procura assegurar- se disso mantendo-as sob controle, conservando-as sob sua custódia, enclausurando a dinâmica do Ser no cofre do Ter. E assim precisa continuar, porque o sólido e o pesado são em geral inertes e não costumam gerar grandes riscos e incertezas. O universo da acumulação é também o do controle e da padronização. E tudo aquilo — principalmente as pessoas — que não puder ser reduzido a essas dimensões precisa ser excluído. O diferente, o incerto, o imprevisível — ou seja, o criativo e o vivo — aterrorizam o avarento. Apavoram-no sobretudo as idéias novas, os fenômenos não- quantificáveis e a diversidade. Por isso, é preciso que ele imagine um mundo em que todos pensem sempre do mesmo modo e continuem indefinidamente assim. Tal estado de coisas lhe convém, dada a sua necessidade de prever as ações dos outros (que vê como adversários a serem eliminados por sua "competitividade"), suas estratégias, seus mínimos movimentos. "Afinal", pensa, "nunca se sabe em que instante essa gente acabará vindo tentar tomar o que consegui juntar". É por essas razões que aquilo que não se move — ou que se move repetitivamente, de modo previsível — vale mais. É por isso que as coisas têm mais valor do que as pessoas. Coisas juntas, concentradas, homogeneizadas, conferem poder e tranqüilidade. Pessoas reunidas e pensando de modo diferente umas das outras trazem problemas — a não ser que consigamos controlá-las, bitolá-las, isto é, dar o máximo de valor possível aos homens-coisa e excluir ao máximo os homens-pessoa. Dessa forma, como é fácil concluir, a avareza é também uma patologia da autoridade, uma apologia do autoritarismo. Nada disso, porém, interessa ao avarento, pois já vimos que ele subverte a própria natureza do capitalismo e assim, em última análise, não são o capital e seus benefícios que lhe interessam. Para ele o que importa é a atitude de concentrar — o acúmulo como um fim em si. Não se trata somente de acumular haveres: trata-se de fruir a concentração como projeto de vida e de venerar a avidez e a insaciabilidade. Elas são, em si mesmas, o benefício. Ao ser possuído pelos bens e pelo dinheiro, o avarento se transforma num manipulador compulsivo de símbolos abstratos, e com isso acaba se reduzindo a mais uma cifra entre as tantas que conseguiu estocar. Nesse momento, nem sequer é mais um homem-coisa: é um fantasma de si mesmo. Passa a fazer parte do universo das pessoas perplexas diante das incertezas do mundo real, que reagem tentando escapar da responsabilidade de ter de lidar com elas. Eis a essência da alienação. Vimos que a experiência do Ter implica controlar, prever, ter "certezas". Já a experiência do Ser significa abertura, convivência com a incerteza. Controlar equivale a imobilizar, a isolar. Conviver significa experienciar, o que por sua vez implica deixar fluir, observar participando, estar atento.
O Ter se volta para a coisa. O Ser se orienta para o processo.
São duas vivências fundamentais. Como já sabemos, cada uma delas se tomada isoladamente revela-se necessária — mas não suficiente — para nos capacitar a lidar com a complexidade do mundo e com a nossa própria. Consequencias para o planeta: Eis alguns do muitos — e bem conhecidos — resultados da avareza, no âmbito planetário atual: a) a progressiva deterioração dos hábitos comunitários e associativos; b) o progressivo abandono de formas de convivência capazes de contrabalançar o individualismo agressivo e predatório; c) a crescente erosão das conexões sociais; d) o desprestígio da idéia de um Estado em que haja lugar para a assistência (não o assistencialismo) e a compaixão; e) a reificação da condição humana e de suas manifestações; f) a diminuição, em todos os níveis, da solidariedade e da lealdade; g) o monoculturalismo, implantado e mantido pelo marketing e pela educação orientada para a quantificação e a homogeneização. Nunca se produziu tanto. A grande dificuldade é como distribuir a riqueza produzida, numa época em que — digo eu — a avareza reina, globalizada e triunfal. A Avareza e o que ela produz: Se a soberba consiste numa estima excessiva de si mesmo, a Avareza é a estima excessiva das riquezas e dos bens materiais. A alma dá tanta importância ao dinheiro que passa a viver só em torno disso, esquecendo-se de Deus e do próximo. O avaro está tão apegado às coisas que possui que prefere morrer do que perde-las. Só pensa em comprar, em ter, em mostrar aos outros tudo o que possui. A avareza produz: - injustiça para com o próximo : roubos, trapaças etc. - traição : como Judas, que vendeu Jesus por trinta moedas. - dureza do coração diante da pobreza : nunca dá esmolas nem quer ajudar os pobre - preocupações constantes : medo de perder tudo. - esquecimento de Deus e da salvação eterna Para vencer a avareza devemos considerar que tudo é palha diante da vida da graça, verdadeira riqueza da alma. Contemplemos a simplicidade de coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, seu amor pela pobreza e pelos mais humildes e toda sua vida voltada para fazer a vontade do Pai. A AVAREZA pode ser retratada como a tendência à economia excessiva, desde a locação de recursos financeiros, passando pela centralização de informações e pela falta de tempo para discutir aspectos relevantes do projeto, até a negativa em designar coordenadores e profissionais para acompanhar e dar suporte nas várias fases de sua implantação. Frases mais comuns: " Não temos verba. Os dados finais vão ficar na diretoria. O projeto está adiado até segunda ordem. Infelizmente estamos sem pessoal para alocar neste projeto! Por favor, veja minha agenda com a secretária"! Como lidar com a avareza:
Negociando recursos, estabelecendo cronogramas com agendas
flexíveis, mantendo um profissional responsável pela disseminação de informações e coordenação do projeto, de forma a descentralizar o processo. D efine-se a AVAREZA como: estar excessivamente apegado a alguma coisa levando a um grande medo de faltar, uma percepção de escassez. A avareza pode ser percebida no cotidiano das empresas levando ao slogan: "Não tenho confiança em ninguém" logo terei avareza com as informações que me chegam as mãos, com a expressão dos sentimentos e opiniões em relação aos projetos que estou envolvido, etc. Economizo pensamentos, sentimentos e ações pois não consigo lidar com a diversidade, com a transparência entrando num clima defensivo. Em termos de gestão de pesssoas podemos apontar a tendência a centralização como gesto avarento nas organizações. Lições de um avarento feliz Gustavo Nagib ensina em livro como se transformar num legítimo pão- duro - Márcia Vieira
A culpa é da Patrícia. Durante dois anos, Gustavo Nagib bancou tudo.
Cinema, jantar, teatro. Sem carro, andava de táxi para todos os lados. Não só pagava as contas como ainda dava presentes. Patrícia ganhou relógio, perfume francês. Não adiantou. Patrícia terminou o namoro sem muita explicação. E o que foi pior. Ao final do namoro, ela tinha economizado o suficiente para comprar um Corsa. Ver aquele carro novinho foi pior do que a dor-de-cotovelo. ''A gente ganhava a mesma coisa naquela época. Como era possível ela ter dinheiro para comprar um carro? Vi que tinha alguma coisa errada com o meu comportamento. Aquilo foi decisivo na minha vida. Acabou. Peguei raiva'', diz Nagib, 29 anos. Formado em comunicação social, Nagib resolveu capitalizar a sua sovinice. Com bom humor. Está escrevendo o Manual do Pão-Duro, um guia para ser feliz gastando pouco. ''É possível'', garante Nagib, que é capaz das maiores maluquices para economizar. A idéia original era escrever um guia apenas para ser sovina no namoro. Seria algo do tipo ''Como sair, namorar e pouco gastar''. Os amigos acharam tão interessante, que Nagib vislumbrou logo uma série de situações: o pão-durismo na escola, no trabalho...Mesmo com a possibilidade de ganhar dinheiro graças à avareza, Nagib continua brincando com a ex- namorada. ''Digo pra ela: ''graças a você fiquei pão-duro assim''. Ela me mostrou que valia a pena ser avarento.''
Tricolor- Maldade com Patrícia. Antes do fim do namoro, Nagib já
apresentava sintomas de avareza crônica. No futebol, por exemplo. Nagib diz que só a paixão pelo Fluminense provoca nele aquela vontade louca de gastar dinheiro sem pensar muito se está fazendo um bom negócio. Gasta pelo prazer de gastar. Nagib tem todas as camisas oficiais do tricolor das Laranjeiras. Também vai a todos os jogos. Vira um perdulário. Mas na adolescência, portanto antes de se apaixonar pela Patrícia, chegava ao Maracanã às 10h para um jogo que só aconteceria às 17h. Motivo? ''Eu ficava colocando talco no saquinho de pipoca para as torcidas organizadas. Picava papel, pendurava bandeira.'' Tudo para ganhar ingresso de graça.'' Uma vez exagerou. Aceitou entrar com um vendedor de biscoito de polvilho. Numa outra vez pulou o muro. Mas depois que foi pego pela polícia desistiu das aventuras. Hoje em dia, ele paga o ingresso.
Planejamento familiar- Apesar da mãe ser perdulária, Nagib desconfia
que tamanho pão-durismo seja uma herança do próprio nome. ''Um Nagib tem que ser pão-duro, né? E Gustavo é nome suíço, ou seja, tranquilidade financeira. Não teria como escapar desta sina.'' Nem tentou. Em nome da avareza viveu situações inacreditáveis. Nagib passou meses sem comprar preservativos. Não, ele não assaltou nenhuma farmácia. ''Honesto eu sou'', diz. E cara-de-pau também. Durante meses, se inscreveu num programa de planejamento familiar do governo federal. Tinha direito a 20 camisinhas por bimestre. Precisava de mais. ''Levei um amigo meu também. Passei a ganhar 40'', ri. Mas desta vez, até ele achou que era demais. ''Fiquei envergonhado e parei. Estava exagerando.'' Na sua ode à avareza, Nagib conta este e outros truques. Há um capítulo especial sobre mulheres. O pão-duro deve escolher sempre as magrinhas. Não é uma questão de estética, mas de economia mesmo. Geralmente, elas têm mania de dieta. ''Academia de ginástica é um ótimo lugar para um pão-duro paquerar. Mulher de academia só pensa em manter a forma. Bebe suquinho, come alface e cenoura. Tudo baratinho. A Patrícia tinha essa vantagem. Era anoréxica. Não comia nada'', conta. Nagib também não leva ''namorada sem compromisso'' para jantar. ''Eu só marco saída para as 21h. A mulher nunca está pronta na hora. Então só chego às 21h30. E aí, francamente, se a mulher não comeu até esta hora, não sou eu que vou pagar o jantar. Não é justo.'' Mas e se a namorada anunciar no carro que está com fome? ''Páro numa padaria, compro um pãozinho e uma pastinha de salmão. A gente leva para o motel. O que sobrar eu carrego pra casa.'' A mesquinharia, garante ele, não afasta as mulheres. ''Elas me acham divertido. Sou um bom papo. E a mulher nem sempre percebe esta característica.'' No livro, Nagib dá outra dica fundamental para o pão-duro se divertir: participar de todas as promoções que aparecem pela frente. Nagib já ganhou bicicleta, telefone celular e dezenas de ingressos para teatro.
Pechincha - Ao cinema ele só vai de segunda a quinta-feira. É muito
mais barato. O ingresso cai de nove reais para cinco reais. Mas como Nagib tem carteira da União Nacional dos Estudante, graças ao mestrado que faz na Faculdade Estácio de Sá, ele paga apenas R$ 2,50. Uma pechincha. Seu plano econômico é baseado no escambo, na troca. Por exemplo. Para a sua festa de 30 anos, pretende alugar o salão nobre do Fluminense. Custa 800 reais. Para que gastar? ''Vou propor aos diretores que eu faça uma série de talk-shows com artistas aqui. Percebe?'' O excesso de pão-durismo traz desconfortos. Nas raras vezes em que usa o carro, Nagib não liga o ar-condicionado. ''Aumenta muito o consumo de gasolina. Não dá.'' Só abre exceção quando, no auge do verão, está todo arrumado a caminho de um casamento, que geralmente é uma boca-livre de qualidade. A relação com o dinheiro em alguns momentos atinge níveis doentios. ''Gosto de ficar contando dinheiro. É uma loucura mesmo. Parece Tio Patinhas.'' O pão-durismo também já deixou Nagib em maus lençóis. Num destes dias de calor insuportável, ele circulava de carro pela Tijuca, bairro onde sempre morou. Estava com o ar-condicionado desligado, é lógico, para economizar. Acabou rendido por dois homens. Os bandidos não gostaram de saber que o saldo na sua conta bancária era de 34 centavos. Negativo. A ira só foi contida quando encontraram uma nota de 50 reais perdida no bolso de Nagib. ''Foram momentos difíceis.'' Há coisas que nem mesmo um pão-duro como Nagib faz. Sair de festa carregando pratinho de doce não dá. Também não deixa de comprar coisas que valham a pena só porque são mais caras. ''O que a gente tem que pensar é na relação custo-benefício. Esse é o segredo.'' Conselhos assim, ele vai salpicar no livro que está escrevendo. Outra dica do estilo Nagib de viver. Se filie a cartões de afinidade que rendam promoções. Mais do que isso. Peça para toda a família fazer compras usando a sua inscrição para juntar pontos mais rápido. Foi o que Nagib fez. Acabou ganhando uma passagem para Belo Horizonte. ''Fui ver o Fluminense jogar. Gastei só os 14 reais da tarifa do aeroporto'', conta orgulhoso. Mas será que o pão-durismo como estilo de vida traz felicidade? ''Traz. Eu vejo o retorno. Consigo fazer mais coisas gastando menos. E quando for o caso de gastar com o que vale a pena, eu tenho.'' Ele pressente que seus dias de pão-durismo vão acabar assim que uma outra Patrícia entrar na sua vida e ele se apaixonar de novo. ''Vou entrar pelo cano.'' Mas isso já é história para outro livro. A Avareza Por: Izabel Telles - izabel@vidanova.com
A competente terapeuta Izabel Telles com sua técnica de imagens
mentais, vai ajuda-lo a "quebrar" padrões de pensamentos e emoções que ficam armazenados em seu inconsciente. Para isso é muito importante que V. complete um ciclo de 21 dias para perceber o resultado desse trabalho. Vale a Pena!!
Para seus próximos 21 dias escolhemos o "pecado":
A AVAREZA
Reter tudo nas mãos, controlar tudo e todos, contabilizar cada
centavo que se deu (em dinheiro ou emoção). Deixar de viver o hoje por medo do amanhã. Apego, insegurança, sofrimento. É isso que o avarento recebe por seus atos de mesquinharia afetiva. Pelo abraço que negou ao amigo que precisava tanto, pela palavra que deixou de falar num momento importante. Por medo de não ter o avarento não dá nada, interrompendo o fluxo de energia do universo. Exercicio para Fluxo de Energia
Se este for o seu caso livre-se disso. Sentado, olhos fechados,
respire três vezes calmamente e veja suas mãos fechadas, punhos cerrados, rosto contraído. Veja o apego e a infelicidade representado nesta imagem. Agora, respire uma vez e abra as mãos e veja uma luz infinita sair de dentro dela e se espalhar pelo mundo. Então respire e abra os olhos. O QUE SÃO IMAGENS MENTAIS?
Imagens mentais são a linguagem do inconsciente assim como a palavra
é a linguagem do consciente.
TODAS AS PESSOAS VÊEM AS IMAGENS DA MENTE?
Sim, todos vemos durante o sono em forma de sonhos, que são imagens em movimento.
O QUE AS IMAGENS REPRESENTAM?
Representam simbolicamente as nossas emoções.
ONDE FICAM ESTAS IMAGENS?
Ninguém sabe ao certo onde elas ficam mas, para mim, elas ficam estocadas dentro das nossas células.
PORQUE FAZER EXERCÍCIOS COM ELAS?
Para conseguir uma limpeza destas imagens e garantir uma vida emocional e física saudável.
COMO FAZER ESTES EXERCÍCIOS?
É fundamental que você esteja sentado num ambiente calmo e tranqüilo. Os pés devem estar firmes no chão, as mãos colocadas sobre as pernas e os olhos fechados do começo ao fim. Antes é preciso respirar até conseguir um estado de tranqüilidade e depois desta tranqüilização devemos fixar nossa meta colocando a atenção na intenção do exercício. Ou seja, responder mentalmente: porque estamos fazendo aquele exercício e o que queremos com ele.
Pecados Capitais
- Orgulho - Trata-se do amor próprio em níveis muito elevados.
Desejo de sentir-se superior aos outros. Essa auto-estima pode tornar-se uma presunção ao permitir que o ser humano se julgue sempre o melhor. Sem contar a ambição ao viver em busca de prestígio por motivos egoístas sobre os outros. É a ostentação devido a necessidade de atrair sempre todas as atenções para si mesmo de forma excessiva. O orgulhoso é hipócrita, pois tenta simular virtudes que não possui realmente.
- Avareza - Nesse caso, a pessoa nutre o desejo obsessivo de
adquirir riquezas. Tal atitude faz com que o avarento deposite toda a sua segurança nos bens materiais. Com isso, a idolatria da matéria atinge um espaço tão grande no coração daquele que pratica a avareza que passa a substituir o próprio Deus. Este tipo de pessoa tende a ser extremamente egoísta, injusta e desonesta, e pensa apenas nos lucros que pode obter.
- Luxúria - Esse pecado consiste em desenvolver a sensualidade, a
libertinagem e a libido de maneira descontrolada, dentro ou fora do matrimônio. São os casos em que ocorrem o adultério, a fornicação, a bestialidade (relação sexual com animais), estupro, incesto, prostituição, homossexualismo, entre outros.
- Gula - É o desejo descontrolado em consumir comida e bebida, tendo
grande amor por boas iguarias. A pessoa ingere o alimento apenas pelo prazer de consumi-los. Com isso são desenvolvidos os pecados do desperdício, embriaguez, dissipação, falta de modéstia, etc.
- Ira - É a paixão que incita contra o outro. Esse impulso
desordenado consiste na perda de controle diante de situações através de sentimentos como ódio, raiva e agressividade excessivas. Pode ter origem devido a atitudes meticulosas e perfeccionismo.
- Inveja - Misto de ódio e desgosto originado em função de tristeza
profunda diante dos bens de outras pessoas, desejando que estas sejam destruídas. Os invejosos não suportam o sucesso alheio.
- Preguiça - Propensão para não trabalhar. Falta de disposição
decorrente da ausência de vontade de agir. Os preguiçosos estão sempre cansados, apesar de não fazer nenhum esforço. A preguiça pode ser responsável por atos como o de filhos que não obedecem aos pais ao receberem uma tarefa.
- A avareza não é apenas o apego ao dinheiro, mas ao objeto. Na
sociedade contemporânea trans-formamos esse pecado no traço fundamental da cultura ocidental capitalista, levando à fragmentação das relações e à diluição das referências simbólicas, avaliou Bezerra. Enquanto o pecado da avareza foi o mais execrado, o da gula foi o mais defendido, mesmo porque é o pecado mais assumido.
Acerca da Avareza, destacamos duas sentenças que julgamos bastante
elucidativas do pensamento do Aquinate. A primeira é a 51: "O avarento não é útil para os outros nem para si mesmo, pois não se atreve a gastar nem sequer consigo mesmo (II- II 118, 8, ad 4)". (p.131) A segunda é a 52: "E assim se diz que a avareza é a raiz de todos os males, não porque todos os males sempre nasçam dela, mas porque não há nenhum que não possa, por vezes, dela nascer." (p.131) Estas sentenças explicitam a preocupação de Aquino com o homem enquanto pessoa voltada para a sociedade. Não serve à sociedade quem não cuida de si nem dos outros. Para além disso, ele nos chama a atenção para o fato de que a avareza é a geradora de grande parte dos males que atingem os homens. (T. Aquino) *************************
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Estudo das 9 Matrizes do Egos - Pesquisas realizadas por estudiosos de auto-conhecimento pessoal, sem objetivos acadêmicos ou qualquer relação com algum Mestre, apenas uma coletânea de estudos e pesquisas, para ajudar aqueles interessados em conhecer-se um pouco mais.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
AVAREZA
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