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O Orgulho - Satsangs e Pesquisa
Eu sou A GOTINHA !!!!!!
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Pesquisa realizada por Sonia Vipassana
Conceito exagerado de si pode arruinar a vida
São Tomás de Aquino considerou a soberba um pecado específico, embora possa ser encontrado em todos os outros pecados. A soberba é a forma básica do pecado. Ela teria sido a responsável pela desobediência de Adão, que provou o fruto proibido com a ambição de se tornar Deus. A soberba leva o homem a desprezar os superiores e a desobedecer as leis. Ela nada mais é que o desejo distorcido de grandeza. A pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si próprio os bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a altivez, a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de si próprio. Quantas pessoas de nosso convívio conhecemos com algumas, ou todas, essas características?
Em algumas citações dos sete pecados, utiliza-se o termo cobiça, que é ambição desmedida, o desejo veemente de possuir bens materiais. Em outras citações podemos encontrar o termo soberba que é o orgulho excessivo, arrogância, elevação ou altura de uma coisa em relação à outra, e que leva à soberania, que é o poder ou autoridade suprema. E ainda podemos encontrar o termo orgulho, conceito exagerado de si próprio, com amor próprio demasiado. Ou seja, esse pecado tem relação direta com a ambição desmedida pelo poder e o orgulho exagerado.
A soberba no trabalho
No campo profissional aparece com a sensação de que "eu sou melhor que os outros" por algum motivo. Isto leva a ter uma imagem de si inflada, aumentada, nem sempre correspondendo à realidade. Surge com isso a necessidade de aparecer, de ser visto, passando inclusive por cima de padrões éticos e vendo os outros colaboradores ou colegas minimizados.
Geralmente, pessoas com essas características ocupam cargos elevados e utilizam seu poder para impor suas vontades, manipulando as pessoas ao seu redor com o intuito de conseguirem que tudo seja feito conforme seus desejos. Exigem ainda uma disciplina perfeccionista, não respeitando os limites de cada um. Podemos citar o exemplo de gestores que tomam determinadas decisões por questões de orgulho pessoal, ferindo muitas vezes as metas organizacionais, mas com o único objetivo de dar vazão a este sentimento, o que certamente trás resultados desastrosos a longo prazo.
A pessoa com essa característica e por sua necessidade de destaque dentro da empresa, despreza as idéias e decisões da equipe, não reconhecendo a capacidade desta. Toma as decisões, muitas vezes sozinho e, na hora de reconhecer o fracasso, diz que a decisão foi em equipe e no sucesso diz que a idéia foi dele. Típico de pessoas que querem ter sempre o destaque nos grandes projetos. Não percebem que a melhor maneira de estimular o crescimento não é impondo regras, mas fazer com que cada um descubra em si mesmo seu potencial, estimulando a independência. Com isso a equipe passa a não participar de decisões, sabendo que é "voto vencido". A equipe passa a ter uma postura defensiva, preocupando-se não com as decisões, mas em não absorver culpas.
Quem é acometido pela soberba, em nome do poder, quase sempre sacrifica sua tranqüilidade, a convivência com a família, uma relação afetiva saudável, a própria saúde, tudo para conquistar ou manter uma posição de destaque, não importando o preço a ser pago, em geral, muito caro. A pessoa orgulhosa por não suportar a dependência, menospreza os sentimentos das pessoas, se colocando sempre como um "ser superior", como se estivesse num pedestal difícil de ser alcançado. Com isso, a soberba acaba acarretando muitos conflitos nas relações pessoais, afetivas, familiares, pois quem a comete busca manter o controle, criticando, manipulando e dominando, como forma de manter seu poder e autoridade. Ela precisa fazer com que o outro se sinta diminuído para que ela se sinta superior.
Sede de poder
Não encontramos o poder apenas na política ou nos cargos elevados. O poder como a capacidade de fazer com que outras pessoas ajam na dependência de sua vontade, pode ser encontrando em muitos exemplos em nosso dia-a-dia. Quantos pais não exercem seu poder com seus próprios filhos? A dona de casa que impõe sua vontade com a diarista? Quantas pessoas que se aposentam não ficam em depressão pela perda do poder que isso acarreta? Não querer abrir mão de uma autoridade que durante tantos anos deu sentido e valor à sua vida, pode trazer muito sofrimento, mas que também não é assumido. Ninguém abre mão do poder, ou sequer, de uma parcela dele, com facilidade e satisfação. A perda do poder, ou de uma parcela dele, muitas vezes é sentida como sendo alguém de menor valor, pois são pessoas mais preocupadas em ter do que em ser.
O conceito exagerado de si próprio, o amor-próprio demasiado, a necessidade de poder, são apenas máscaras que buscam compensar a falta de amor que sente por si mesmo, pois possui em geral uma necessidade de auto-afirmação. O orgulho está diretamente relacionado com a falta de amor-próprio. A ambição pelo poder e a aquisição de bens materiais podem ser uma forma de compensar um sentimento de vazio. Esse impulso para o poder, essa necessidade de querer ter mais, pode ainda ser conseqüência do sentimento de inferioridade e da sensação de desamparo, fragilidade e impotência, presentes em muitos de nós. Porém, esses sentimentos são mais intensos naqueles que, nos primeiros anos de vida, não encontraram junto aos adultos com quem conviveram, o conforto, o acolhimento e o amor que amenizassem esse desamparo. O que explica o fato da necessidade de poder ser vital para algumas pessoas e de menor significado para outras.
A soberba está muito distante da humildade, característica básica de quem possui algum autoconhecimento. É lamentável que algumas pessoas só percebam esses comportamentos no final de suas vidas, muitas vezes num leito de hospital, quando muito pouco podem fazer para reconstruírem o que destruíram, nos outros e, principalmente, em si mesmas. É preciso desenvolver a consciência que seu valor enquanto pessoa independe da posição ou aquisição, mas que acima de tudo, somos todos seres humanos, em constante processo de evolução, independente do que temos, mas com certeza por aquilo que somos.
Rosemeire Zago é psicóloga clínica com abordagem junguiana.
O amoroso e generoso orgulhoso
"Há duas espécies de amor. Uma é o amor escravo. O outro deve ser adquirido pelo trabalho sobre si. O primeiro não tem valor algum; só o segundo, o amor que é fruto de um trabalho interno, tem valor. É o amor de que todas as religiões falam. Se você amar, quando isso (a máscara) ama, esse amor não depende de você e não haverá nenhum mérito nisso. É o que chamamos 'amor de escravo'. Você ama até mesmo quando não deveria amar. As circunstâncias fazem-no amar mecanicamente..." George Ivanovich Gurdjieff
Se você acha que 50% das seguintes frases, afirmações e perguntas refletem sua personalidade, então é provável que você seja um Tipo 2:
Que alegria imensa saber de sua amorosa existência! Que encontro especial! Nós amamos você! "Por acaso você não percebe o quanto me dedico a você?" - "Ajudar as pessoas é maravilhoso!" - "Eu possuo o poder da sedução!" - "Toda a minha vida foi uma constante entrega de amor...!" - "Percebi que com jeitinho eu ia convencê-las a me dar o que estava solicitando..." - "A gente se arruma e quer ficar bonita para sentir que os outros nos admiram..." - "Quando chego a algum lugar, tento que os outros reparem na minha presença." - "É tão bom ser paquerada, ainda que às vezes isso me cause problemas...!" - "As pessoas merecem dar-se conta do meu valor!" - "Sou o tipo de pessoa que adora ser reconhecido e bajulado!" - "Para conseguir algumas coisas é necessário mostrar-se humilde..." - "Fico zangado quando as pessoas das quais espero reconhecimento me ignoram ou me fazem sentir em segundo lugar!" - "Adoro aplausos! A vida é um espetáculo..." - "Às vezes atuo para provocar certas reações nas pessoas que me interessam..." - "Faço qualquer coisa para chamar a atenção dos outros...!" - "Na vida é importante entregar-se de corpo e alma..." - "Meu amor não tem limites." - "Agradar aos outros é bom, porque desse modo você recebe o que quer..." - "O que será que esta pessoa pensa de mim?"
A HUMILDADE COMO A VIRTUDE QUE NOS LEMBRA NOSSA REAL IMPORTÂNCIA
Quando se fala em humildade, os Tipos 2 acham que a compreendem. "Eles são tão humildes!" é justamente o que esperam ouvir dos outros, ironicamente para sentirem-se orgulhosos pelo fato de terem provocado esses "amor" e "reconhecimento" tão apreciados. Tipos 2 que reparam na sua falsa humildade ou que percebem como seu orgulho e amor-próprio sabem ocultar-se para "os outros", acabam por achar até engraçado esse fato psicológico, o que é um bom sinal de que a verdadeira humildade está por surgir: "O trabalho de auto-observação, que já vinha fazendo há alguns anos, se aprofundou e, agora, de uma maneira mais divertida, muito menos dolorosa, pois já me havia desenvolvido mais na arte de rir de mim mesmo. Posso me desmascarar, agora, ainda com mais facilidade, diante dos mais próximos. Inclusive neste momento, pois sei que há dentro de mim a suposição de que alguém, cuja atenção de alguma maneira me interesse, venha a descobrir que este relato é meu. E, logicamente, eu me orgulho até de minha capacidade de me desmascarar. Rá, rá, rá..."
O que fundamentalmente não deixa os Tipos 2 serem realmente humildes se relaciona à palavra "exagerar". Sempre são "demais". Humildes demais ou orgulhosos demais. Entregues demais, egoístas demais, doadores demais. Humildade é simplesmente o contrário de ser exagerado! Humildade é uma palavra que tem sua origem no termo latino humus, que significa "terra". Somos humanos da terra! Nada mais. Simplesmente isso! Não precisamos ser os melhores entre os humanos, apenas sermos humanos, reconhecendo nossos limites, nossas necessidades e fraquezas como questões que nos fazem iguais uns aos outros. Sentir-se parte da terra, produto do mesmo pó, leva à compreensão da mensagem do mais importante Tipo 2 da nossa história, Jesus Cristo: "Ama teu próximo como a ti mesmo."
Este mandamento só pode ser compreendido quando somos humildes. Quando admitimos que não gostamos de ser manipulados, quando admitimos que não gostamos de ser usados, quando admitimos que não devemos ser dependentes demais, quando admitimos que não nos agrada ser reféns de sentimentos abafados, quando admitimos que não nos agradam as pessoas falsas, quando admitimos que não gostamos de alguém que nos usa, quando admitimos que não queremos saber que alguém está de nosso lado apenas porque deseja um resultado ou visa um interesse que ignoramos, quando admitimos que não gostaríamos de saber que alguém nos mente ou engana, quando admitimos que não gostaríamos de saber que alguém nos ajudou ou nos deu algo esperando ter uma boa razão para nos cobrar algo em troca, e assim por diante! "Ama teu próximo Como a Ti Mesmo." Você se ama? Se a resposta é não, então é difícil compreender a humildade.
Quando um Tipo 2 começa a amar a si mesmo realmente, algo muda. Surge a humildade. Descobre-se que não é preciso atuar ou fazer de conta, que é bom ser autêntico, que se podem ter amigos verdadeiros e amores que não sufocam, que não é preciso parecer desamparado ou "carente" para merecer a atenção dos outros. Descobre-se o que Gurdjieff chamou de o verdadeiro amor-próprio. Incrível, não? Do mesmo modo que o falso amor-próprio precisa da constante "inflação do ego" proveniente dos "outros", ou seja, da constante consideração interna para existir, o verdadeiro amor-próprio precisa da constante certeza de poder ser autêntico e de considerar os "outros" como "próximos" com os quais se participa de uma mesma existência. Jogando com as palavras: somos Humanidade-Humus.
Sinto que a transcrição das palavras de Gurdjieff, registradas em Gurdjieff fala a seus alunos, servirá como um meio para iniciar a descoberta desse amor-próprio que conduz à verdadeira humildade e liberdade. Reflita sobre estas palavras, pois escondem um grande tesouro para os Tipos 2 e para todos os que procuram conhecer-se, além das máscaras: "Na realidade, a causa secreta de todas essas reações reside no fato de que não somos donos de nós mesmos e tampouco possuímos um verdadeiro amor-próprio. O amor-próprio é uma grande coisa. Se o amor-próprio, tal qual o consideramos habitualmente, é uma coisa repreensível, o verdadeiro amor-próprio, que infelizmente não possuímos, é desejável e necessário. O amor-próprio é o indício de uma alta opinião de si mesmo. O fato de um homem ter esse amor-próprio mostra o que ele é."
Como já dissemos, o amor-próprio é 'um representante do diabo'; é nosso pior inimigo, o freio principal às nossas aspirações e realizações. O amor-próprio é a principal arma do 'representante do inferno'.
Mas o amor-próprio é um atributo da alma. Através do amor-próprio pode-se entrever o espírito. O amor-próprio indica e prova que o homem é uma parcela do 'paraíso'. O amor-próprio é Eu, e Eu é Deus. Por conseguinte, é desejável ter um amor-próprio.
O amor-próprio é inferno, e o amor-próprio é paraíso. Ambos têm o mesmo nome; exteriormente são semelhantes, e no entanto, totalmente diferentes e opostos em sua essência. Mas se olharmos superficialmente, poderemos olhá-los durante toda a nossa vida, sem nunca distingui-los um do outro. De acordo com uma sentença muito antiga, Aquele que tem amor-próprio está a meio caminho da liberdade. Entretanto, se tomamos aqueles que estão aqui, cada um está com inflado amor-próprio. E, apesar do fato de transbordarmos de amor-próprio, não obtivemos ainda a menor nesga de liberdade.
Nossa meta deve ser ter amor-próprio. Se tivermos amor-próprio, só por isso estaremos livres de uma porção de inimigos. Poderemos até nos tornar livres daqueles inimigos principais - o Senhor Amor-Próprio e a Senhora Vaidade." É preciso mais algum comentário? Acho que não, certo?
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Soberba: conceito exagerado de si pode arruinar a vida |
por Rosemeire Zago |
Dando sequência à série de artigos sobre 'Os Sete Pecados Capitais': gula, soberba, luxúria, vaidade, preguiça, ira e inveja, irei abordar a soberba.
São Tomás de Aquino considerou a soberba um pecado específico, embora possa ser encontrado em todos os outros pecados. A soberba é a forma básica do pecado. Ela teria sido a responsável pela desobediência de Adão, que provou o fruto proibido com a ambição de se tornar Deus. A soberba leva o homem a desprezar os superiores e a desobedecer as leis. Ela nada mais é que o desejo distorcido de grandeza.
A pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si próprio os bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a altivez, a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de si próprio. Quantas pessoas de nosso convívio conhecemos com algumas, ou todas, essas características?
Em algumas citações dos sete pecados, utiliza-se o termo cobiça, que é ambição desmedida, o desejo veemente de possuir bens materiais. Em outras citações podemos encontrar o termo soberba que é o orgulho excessivo, arrogância, elevação ou altura de uma coisa em relação à outra, e que leva à soberania, que é o poder ou autoridade suprema. E ainda podemos encontrar o termo orgulho, conceito exagerado de si próprio, com amor próprio demasiado. Ou seja, esse pecado tem relação direta com a ambição desmedida pelo poder e o orgulho exagerado.
A soberba no trabalho
No campo profissional aparece com a sensação de que "eu sou melhor que os outros" por algum motivo. Isto leva a ter uma imagem de si inflada, aumentada, nem sempre correspondendo à realidade. Surge com isso a necessidade de aparecer, de ser visto, passando inclusive por cima de padrões éticos e vendo os outros colaboradores ou colegas minimizados.
Geralmente, pessoas com essas características ocupam cargos elevados e utilizam seu poder para impor suas vontades, manipulando as pessoas ao seu redor com o intuito de conseguirem que tudo seja feito conforme seus desejos. Exigem ainda uma disciplina perfeccionista, não respeitando os limites de cada um. Podemos citar o exemplo de gestores que tomam determinadas decisões por questões de orgulho pessoal, ferindo muitas vezes as metas organizacionais, mas com o único objetivo de dar vazão a este sentimento, o que certamente trás resultados desastrosos a longo prazo.
A pessoa com essa característica e por sua necessidade de destaque dentro da empresa, despreza as ideias e decisões da equipe, não reconhecendo a capacidade desta. Toma as decisões, muitas vezes sozinho e, na hora de reconhecer o fracasso, diz que a decisão foi em equipe e no sucesso diz que a ideia foi dele. Típico de pessoas que querem ter sempre o destaque nos grandes projetos. Não percebem que a melhor maneira de estimular o crescimento não é impondo regras, mas fazer com que cada um descubra em si mesmo seu potencial, estimulando a independência. Com isso a equipe passa a não participar de decisões, sabendo que é "voto vencido". A equipe passa a ter uma postura defensiva, preocupando-se não com as decisões, mas em não absorver culpas.
Quem é acometido pela soberba, em nome do poder, quase sempre sacrifica sua tranquilidade, a convivência com a família, uma relação afetiva saudável, a própria saúde, tudo para conquistar ou manter uma posição de destaque, não importando o preço a ser pago, em geral, muito caro. A pessoa orgulhosa por não suportar a dependência, menospreza os sentimentos das pessoas, se colocando sempre como um "ser superior", como se estivesse num pedestal difícil de ser alcançado. Com isso, a soberba acaba acarretando muitos conflitos nas relações pessoais, afetivas, familiares, pois quem a comete busca manter o controle, criticando, manipulando e dominando, como forma de manter seu poder e autoridade. Ela precisa fazer com que o outro se sinta diminuído para que ela se sinta superior.
Sede de poder
Não encontramos o poder apenas na política ou nos cargos elevados. O poder como a capacidade de fazer com que outras pessoas ajam na dependência de sua vontade, pode ser encontrando em muitos exemplos em nosso dia a dia. Quantos pais não exercem seu poder com seus próprios filhos? A dona de casa que impõe sua vontade com a diarista? Quantas pessoas que se aposentam não ficam em depressão pela perda do poder que isso acarreta? Não querer abrir mão de uma autoridade que durante tantos anos deu sentido e valor à sua vida, pode trazer muito sofrimento, mas que também não é assumido. Ninguém abre mão do poder, ou sequer, de uma parcela dele, com facilidade e satisfação. A perda do poder, ou de uma parcela dele, muitas vezes é sentida como sendo alguém de menor valor, pois são pessoas mais preocupadas em ter do que em ser.
O conceito exagerado de si próprio, o amor-próprio demasiado, a necessidade de poder, são apenas máscaras que buscam compensar a falta de amor que sente por si mesmo, pois possui em geral uma necessidade de auto-afirmação. O orgulho está diretamente relacionado com a falta de amor-próprio. A ambição pelo poder e a aquisição de bens materiais podem ser uma forma de compensar um sentimento de vazio. Esse impulso para o poder, essa necessidade de querer ter mais, pode ainda ser consequência do sentimento de inferioridade e da sensação de desamparo, fragilidade e impotência, presentes em muitos de nós. Porém, esses sentimentos são mais intensos naqueles que, nos primeiros anos de vida, não encontraram junto aos adultos com quem conviveram, o conforto, o acolhimento e o amor que amenizassem esse desamparo. O que explica o fato da necessidade de poder ser vital para algumas pessoas e de menor significado para outras.
A soberba está muito distante da humildade, característica básica de quem possui algum autoconhecimento. É lamentável que algumas pessoas só percebam esses comportamentos no final de suas vidas, muitas vezes num leito de hospital, quando muito pouco podem fazer para reconstruírem o que destruíram, nos outros e, principalmente, em si mesmas. É preciso desenvolver a consciência que seu valor enquanto pessoa independe da posição ou aquisição, mas que acima de tudo, somos todos seres humanos, em constante processo de evolução, independente do que temos, mas com certeza por aquilo que somos.
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/soberba.htm
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