quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

GULA




Entenda como a gula age em você e largue mão desse vício
30 Apr, 2017 - Blog do Prem Baba 


Compreenda melhor as compulsões que te aprisionam para poder viver livre.

Antes de começarmos a destrinchar esse tema, você precisa entender melhor o que é a gula e como ela se manifesta. Trata-se de uma matriz psicológica que tem necessidade voraz de preencher um vazio através de compulsões, sejam elas alimentares ou não, já que podemos considerar como gula outras compulsões como a fala, as compras, as drogas, a masturbação, a pornografia, o uso da internet entre muitas outras. Estamos falando de compulsões que quando estão em movimento geram um anestesiamento na pessoa, fazendo com que ela não sinta a dor do vazio que está buscando preencher.

Existe uma conexão entre a oralidade e o chakra básico. Os chakras são centros transformadores de energia que existem no corpo e, entre eles, existem doze principais, que se localizam desde a base da coluna até o alto da cabeça. Desses doze, sete são os mais conhecidos e estudados, devido a sua relação com as glândulas endócrinas. O chakra básico, por sua vez, é o chakra raiz e está ligado às gônadas, as glândulas sexuais e a oralidade. As compulsões, então, estão sempre ligadas à sexualidade e essa é uma chave importante a ser observada.

“Se você ainda não percebe essa conexão, não se preocupe, mas tenha isso como uma pista, uma informação. Qual é a informação? Que tem algum conteúdo na sua sexualidade que não foi bem compreendido…”

Muitas vezes, você está se sentindo bem em sua vida e não compreende porque determinada compulsão insiste em te pegar. A questão é que algum conteúdo sexual ainda não identificado está trancado no porão do seu inconsciente te levando a cair em determinado vício. Não costuma ser fácil fazer essa conexão, mas depois de muito estudo, talvez seja possível observar a relação da compulsão com a sua sexualidade, até porque isso é matemática, é físico e mecânico.

Se você ainda não percebe essa conexão, não se preocupe, mas tenha isso como uma pista, uma informação. Qual é a informação? Que tem algum conteúdo na sua sexualidade que não foi bem compreendido e que está se manifestado na forma da gula, das compulsões mais variadas. Guarde essa informação porque ela é valiosa.

Vou te ajudar a iniciar essa investigação a partir do que está mais próximo, mais acessível. Primeiro de tudo: você está lidando com um complexo autônomo, com uma entidade que tem autonomia e que quando se manifesta para você, no seu mundo interno, pode até criar uma forma. Outra informação importante, que já comentei aqui, é que ela está sempre a serviço de proteger alguma coisa, ou melhor dizendo, ela está protegendo um porão de sentimentos que você não se sente ainda pronto para olhar.

E não se condene por isso, porque existem conteúdos que podem ser vistos como verdadeiros monstros, mortos vivos, zumbis. Porões que guardam sentimentos tão mortificantes e aterrorizantes que você realmente não arrisca passar perto. Então, podemos observar a gula apenas como um sintoma que indica que você carrega sentimentos suprimidos que ainda não tem coragem de encarar de frente.

“O que quero dizer é que de tanto servi-la, você criou uma rede neural no seu córtex que vai te levar para esse comportamento mesmo que você já tenha esvaziado o porão.”

Nesse caso, talvez, você precise do suporte de um terapeuta que te ajude a atravessar isso. Existem alguns pontos no corpo que são verdadeiros cemitérios de mortos vivos, e por mortos vivos entenda memórias bem antigas. Outros pontos funcionam como portas entre os mundos superior e o inferior. Ainda, há o recurso da respiração, que também pode te ajudar a entrar nesse porão.

Enfim, existem caminhos que podem te conduzir a liberar essas dores negadas, mas se você está há tanto tempo lidando com isso e fazendo vista grossa, significa que está precisando de ajuda de alguém para segurar sua mão enquanto faz essa travessia.

Agora, dependendo de quanto tempo você passou servindo essa gula, mesmo após ter liberado os conteúdos desses porões, você ainda terá que lidar com um outro desafio, que é colocar limite nesse padrão. O que quero dizer é que de tanto servi-lá, você criou uma rede neural no seu córtex que vai te levar para esse comportamento mesmo que você já tenha esvaziado o porão.

Nesse caso eu me refiro a um hábito desenvolvido e bem arraigado, que para superá-lo você terá que fazer uso da vontade. Quando a gula utilizar esse caminho para tentar te obsediar, você precisará dizer: “Chega! Quem manda nesse corpo aqui sou eu. Eu não vou dar mais comida para esse viciado dentro de mim”.

Nessa fase sua missão é segurar a espada da vontade e aguentar a crise de abstinência. Se você atravessar esse trecho do caminho, vai se surpreender com a ausência da compulsão e com a mudança na sua consciência. Vai ver que tudo se acalmará. Mas é claro que, de tempos em tempos, quando entrar em alguma turbulência, quando sua consciência se rebaixar devido aos desafios da vida, é bem possível que resvale nesses mesmos núcleos.

A boa notícia é que nesse caso você terá somente que ficar atento e sustentar a presença, sem precisar investigar conteúdo algum. São apenas pensamentos que acordam os fantasmas, mas como você já sabe do que se trata, porque já estudou seu mundo interno, terá somente que fazer o exercício de deixar os pensamentos passarem.

Para saber em qual estágio você está é simples: se tentar com todas suas forças deixar os pensamentos passarem mas sentir que mesmo assim eles continuam te dominando, a ponto de te fazer sentir impotente, é porque tem sentimentos negados a serem investigados. Nesse caso você estará tentando tratar apenas os sintomas.

Pode até ser que já tenha mapeado muita coisa, feito relações de causa e efeito, descoberto imagens, condicionamentos e crenças que por ventura tenham sido programadas e instaladas no seu sistema. Mas o fato é que se esse sintoma continua se manifestando com muita força é sinal de que tem sentimentos trancafiados no porão e você ainda não está maduro o suficiente para mergulhar nesse abismo dos sentimentos negados.

Porém, chega um momento na jornada em que você precisa pular nesse abismo, porque é só libertando esses sentimentos que vai poder se libertar dos sintomas. Isso não é para todos. É para as pessoas que estão nesse momento conscientes desses sintomas. Todas essas respostas encontram-se dentro de você. O primeiro passo para obtê-las é querer ver. Eu nunca disse que seria fácil, disse que era o único caminho. A verdade é o único caminho para se libertar do sofrimento, mas às vezes é desafiadora. Torço para que você tenha coragem para se mover nessa direção e conseguir enfim, largar suas compulsões e viver livre. 




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Trecho do Satsang do Prem Baba
proferido na India em 18/02/2013

Questão: Querido Prem Baba, ontem o seu discurso me tocou muito, principalmente quando você contou a história de Jonas. Quando eu recebi a iniciação espiritual, recebi um presente, que foi ser engolido pela primeira matriz do eu inferior, a gula. Dois mil e doze foi um ano de muito sofrimento, onde fui literalmente refém da gula, que se manifestou de diversas formas: vício no facebook, vício em chamar atenção do outro, em falar, em comprar, me masturbar, entre outros. Mas, a mais forte manifestação foi uma violenta compulsão alimentar. Pude perceber toda a natureza emocional da alimentação, pois me sentia anestesiado toda vez que comia algo diferente de frutas. Sinto que a gula deixou muitas marcas no meu sistema que agora funciona a partir dessas marcas. Pode, por favor, falar sobre a gula? Como posso apagar as marcas que todos esses vícios deixaram nos meus corpos? Estou pensando seriamente em viver de luz. Tenho rezado muito, pois quero sair de dentro desse monstro, mas ele não quer sair de dentro de mim. Me salve, por favor.
Prem Baba: Ainda não dá para você viver de luz. Isso seria uma fuga. Talvez você possa passar pelo processo de ficar alguns dias sem comer, mas a retranca pode ser fatal, e a gula pode realmente te destruir.
A gula, que é a primeira matriz do eu inferior, está intimamente relacionada com a sétima matriz que é a luxúria. Então, quando você é assaltado pela gula dessa maneira, é preciso olhar para a sua sexualidade. A raiz da gula é a repressão sexual. É bem simples de entender, mas muito difícil de descondicionar a sua mente. Porque, para ter a gula agindo de uma forma tão intensa, significa que a repressão sexual também é muito intensa. E, quando a repressão é muito intensa, há que se ter muita disposição para poder ir além de todo o muro criado pela moralidade, pelo conhecimento emprestado que gerou essa repressão.
Eu não preciso me aprofundar na explicação da gula porque você já está suficientemente mergulhado dentro dela, e com isso, está conseguindo aprender de forma prática como ela funciona. É uma voracidade compulsiva que tem a intenção de preencher um vazio. Esse vazio pode ser compreendido como carência. No nível mais profundo, é fruto do esquecimento de si mesmo. Esse vazio é um sintoma da sua separação de Deus, que é a nona matriz do eu inferior, a mentira. Mas, você não chega a nona matriz sem passar pela sétima que é a luxúria, pois ela é a guardiã dessa nova fase do desvendamento do amor, que envolve o medo e a mentira.
Eu tenho dito que se você domina a língua, você domina o sexo; e se domina o sexo, você domina a vida. Mas, o que é esse dominar? É uma transcendência. E você só transcende aquilo que você compreende. Você só compreende aquilo que você experimentou. Você está se permitindo experimentar a gula e está chegando ao limite dessa experiência. Você já chegou ao ponto de compreender que não tem mais para onde ir. Você compreendeu que o desejo é um saco sem fundo. Quanto mais você come, mais você quer comer; quanto mais fala, mais quer falar; quanto mais compra, mais quer comprar... Internet então, nem se fala - você é tragado por ela. Mas, você está compreendendo que não tem mais para onde ir. Existe um fino canal que liga a ponta da língua com o sexo. Você não vai chegar a Deus sem passar pelo sexo. Você vai ter que entender isso. Quando você puder fazer progresso no processo de desrepressão, todo o seu sistema vai relaxar. Aí um espaço será aberto internamente no qual a sua consciência vai te ajudar a se alinhar com os hábitos alimentares. No seu caso, não é o caso de ficar comendo somente frutas. Essa é mais uma forma de se condenar, se punir. Há uma briga severa com o prazer dentro de você. Você tem o prazer como um grande perigo.
Eu tenho dito que você só pode viver as alegrias do amor divino, depois de experimentar as alegrias e misérias do amor humano. Mas, você está querendo pular essa etapa.
Essa foi a primeira casa do jogo da vida que a iniciação te colocou. Entenda esse caminho como um jogo, o grande jogo da vida, o mahalila. É como se esse salão fosse um grande tabuleiro. E cada um está numa casa desse tabuleiro. Cada casa tem seus aprendizados e desafios. Quando você aprende o que queria aprender, você pode jogar os dados de novo, e se mover para outra casa. Enquanto você não aprende, você fica naquela casa. Algumas casas têm escadas que te levam para andares superiores. Outras casas têm serpentes que te ferem e te levam para casas abaixo. Você chega desavisado e sem a presença necessária para receber os ensinamentos dessa casa, assim você acaba caindo. Todos estão em alguma casa. Mas, muitas vezes, você não tem consciência de qual casa você está. Quando você recebe iniciação espiritual, a primeira coisa que acontece é tomar consciência da casa na qual você está. Porque nós partimos do princípio de que se você quer chegar em algum lugar, é importante saber onde está. Assim você inicia conscientemente a caminhada sabendo onde está e para onde quer ir. Na iniciação ocorre uma desconstrução da armadura, um processo de quebra da máscara.
Se você não usa a máscara, você ascende rapidamente para a última casa do jogo, que é o guru - quando você se dissolve nele. Quando você passa pela porta que é o guru você atinge o plano celestial dentro de si mesmo. Mas, se ainda está identificado com a máscara, a primeira coisa que você recebe, é realmente um impacto da energia que começa a te desamortecer. Assim você toma consciência de qual casa você está.
No seu caso, você está entre a primeira e a sétima matriz do eu inferior. Da primeira matriz, que é a gula, você está bem consciente. E agora eu estou te dando uma dica de como você pode se mover dentro do jogo. Você fez o movimento de perguntar e eu estou te dando o presente de te tirar da casa um e te colocar na casa sete. Como eu estou te colocando e não você que está indo, talvez você resista um pouco; talvez você duvide e questione. Isso é um fruto da própria repressão. Você tem medo de olhar para isso; você tem medo de se perder no prazer. Porque tudo que você está buscando com a gula é ter algum prazer. Mas, é um prazer indireto que está te intoxicando.
Você já estava na casa da gula, mas você não tinha consciência. A diferença é que agora, depois da iniciação você tomou consciência.
As matrizes do eu inferior estão a serviço de te proteger da dor. Quanto mais agudo o eu inferior, maior a dor. A dor a qual eu me refiro é a dor do trauma; dos choques de humilhação, abandono, rejeição... Mas, às vezes não dá para ir direto para a dor porque você ainda não consegue. Às vezes não dá para ir direto para a ferida. Nós precisamos tratar os sintomas por um tempo. A gula e a luxúria são os sintomas. Ainda não é possível chegar ao núcleo da dor, onde há uma constelação de memórias emocionais de toda a sua história enquanto alma.
A dor te leva para esse núcleo. O núcleo é um portal que te leva a compreender toda a história da sua alma. Você começa a compreender o porque de ter nascido naquela família e o porque as coisas aconteceram dessa forma. Através desse núcleo, você entra em contato com memórias biográficas, com memórias de quando você estava no útero, assim como com memórias de vidas passadas.
Essa dor é o que te leva a repetir os padrões negativos. Parte do jogo é curar essas feridas. Eu chamo essa fase de cura de ABC da Espiritualidade. É essa dor que geram a cisão com o seu eu verdadeiro.
Aí você pergunta:
Questão: Amado guru, praticando o budismo vajrayana pude transformar muitos aspectos negativos da minha mente-coração, através de mantras, mudras, juntamente com visualizações e oferendas. Estou agora diante da dor do meu pacto de vingança. Não tenho clareza total sobre ele, mas tenho clareza da dor. Qual prática poderia ser o antídoto para essa dor? Qual o antídoto para o pacto de vingança?
Prem Baba: O antídoto para os pactos de vingança é a renúncia. A questão é que a renúncia é fruto da compreensão. Até um determinado estágio você pode usar a espada da vontade consciente e fazer um voto, uma austeridade inteligente. Isso somente é possível quando você já pode compreender. A austeridade inteligente é uma maneira para descondicionar a mente. É um instrumento que serve para isso. É uma forma de ir além do vício. Mas, se você não compreendeu suficientemente, em algum momento você vai se frustrar, porque vai perceber a insuficiência da sua vontade. Você faz um voto e trai o voto às vezes no mesmo dia. Assim você começa a se frustrar e cair na armadilha do ceticismo, o que te faz não acreditar mais na sua capacidade de sair desse ciclo vicioso. Mas, estando consciente de tudo isso, você pode usar esse instrumento da austeridade inteligente para dizer “esse não sou eu”, “eu não dou mais alimento para esse eu viciado dentro de mim”. Até que, em algum momento, a renúncia floresça naturalmente dentro de você. Em algum momento o espírito da renúncia te pega. Aí, muito naturalmente, sem esforço, você deixa de se vingar. Você simplesmente compreende a estupidez e a falta de sentido dessa vingança. Você compreende que é somente um aspecto da ignorância. É somente um eu viciado em vingança que está ocupando o trono onde deveria estar o seu Eu verdadeiro. O impostor está ocupando o trono do rei. Então, em algum momento, você expulsa o impostor e senta no trono.
O impostor é viciado em tragédia; é viciado em dramas. O drama faz que com que ele sinta-se vivo. Pacto de vingança é outro nome para esse eu sofredor que é uma entidade, um complexo autônomo. O eu sofredor vive de sofrimento. Ele precisa gerar situações que tragam alimento para ele. Mas, esse eu sofredor que é o próprio pacto de vingança em si mesmo, já é um sintoma da dor. A dor é a raiz. Dá dor nasce o pacto de vingança que se desdobra nas matrizes do eu inferior, que é a destrutividade, e do eu inferior nascem as máscaras que são distorções dos atributos divinos. A distorção do amor, o vitimismo; a distorção do poder, que é a agressividade e a violência; a distorção da serenidade que é o retraimento, ou o anestesiamento. É isso que gera toda a miséria do mundo. A miséria continua se repetindo e multiplicando porque você tem prazer nisso. Em algum momento o prazer ficou conectado com o sofrimento. Com isso, você acha que, se abrir mão do sofrimento, abrirá mão também do prazer. Essa é a crença básica que habita o universo sombrio da personalidade. Você acredita que, se abrir mão do sofrimento, abrirá mão da vida. Isso é somente uma crença. Você pode ter prazer também no positivo. É possível ter prazer também no amor, na união... O pacto de vingança é esse casamento entre o sofrimento e o prazer. É o que faz você se punir para poder sentir prazer. Outro nome que eu dou para isso é ciclo vicioso do sadomasoquismo. Mas, como eu estava dizendo, são desdobramentos da dor original.
Então, a questão é chegar a esse núcleo para poder tratar dela. Você me pergunta qual prática pode ser antídoto para a dor. O antídoto é a compreensão. Quando chega ao núcleo da dor, você é iluminado pela sagrada compreensão, que naturalmente te explica porque você teve que passar por determinadas amargura.
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A Gula - Pesquisa realizada por Prashanti
    
 out/2005 - Campinas – SP
           

Segundo o dicionário Aurélio, gula é o "apego excessivo a boas iguarias", ou ainda "excesso na comida e na bebida". A ideia dos sete pecados capitais – soberba, avareza, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça – não teve início na Bíblia, mas foi formulada por Gregório, o Grande, no século IV.

As maneiras pelas quais o pecado tem sido encarado evoluíram de acordo com as obsessões mutantes da sociedade e da cultura”. Como estabelecer os limites entre alimentação e gula?

À Igreja coube a cobrança do comer sem prazer, evitando o culto dos sentidos que poderia levar à degradação. A gula, aliás, costumava aparecer relacionada à luxúria. Olhai por vós mesmos; para que não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria (Lc.21.34). Trechos da bíblia celebram o alimento que vem do trabalho, mas condenam o excesso e lembram que a comida precisa ser compartilhada. A moderação também é defendida por filósofos como Aristóteles.

Há uma atitude esquizofrênica de atração e repulsa na sociedade contemporânea, que ora explicita o prazer de comer, ora demoniza cada porção a mais como um veneno para o organismo. Será que comer demais passou a ser, na sociedade contemporânea, sinal de carência afetiva e não de prazer puro e simples?

Em verdade o guloso não tem consciência de que aquilo que para ele nem sempre é um problema que está carimbado como um estigma desde suas primeiras horas de vida: todos nós começamos a conhecer o mundo através da boca.

Quando o bebê chora a mãe associa o choro à fome e mesmo que a criança esteja saciada oferece o peito que é aceito prontamente como forma de carinho e aconchego. E nós adultos, o que fazemos? Sentimos fome, vamos à geladeira. Sentimos frio, vamos até a geladeira. Estamos solitários, vamos até a geladeira.

Não entendemos o que está acontecendo no mundo, vamos à geladeira. Estamos deprimidos, vamos à geladeira. Na realidade, para cada situação de insatisfação, solidão, depressão, buscamos a comida...A gula pode ser encarada como um comportamento "over", excessivo, que se manifesta em vários outros planos como o emocional, sexual, social, financeiro, etc.

A gula é, portanto, um importante sinalizador que avalia o momento que a pessoa está vivendo; o que precisa ser transformado, mudado ou substituído.

A gula é um comportamento compulsivo onde existe uma insatisfação total e irrestrita consigo mesmo e a tentativa de encontrar um remédio para esta angústia, desencadeia sentimentos de frustração e ansiedade que se aplacam com o avassalador ataque ao seu objeto de "prazer".

Por que os 7 Pecados Capitais? A ideia de pecado não tem conotação religiosa.
Pecar vem de "pecare" que significa "errar de alvo ". Sempre que "pecamos", erramos de alvo.

ASPECTOS EMOCIONAIS DA COMPULSÃO

... boa parte dos pacientes compulsivos provêm de famílias cujos membros não conseguem preservar sua privacidade. Nestas famílias, os assuntos pessoais tornam-se públicos e as decisões individuais só são respeitadas se estiverem de acordo com o “consenso oficial”. Este contexto, em que a opinião e a vontade dos outros suplanta a do próprio indivíduo, reduz as chances da pessoa desenvolver a habilidade de reconhecer suas necessidades emocionais e de vir a satisfazê-las.

Em outras palavras, pode-se dizer que frente a tantas pressões torna-se complicado ouvir a si mesmo e atender aos próprios desejos. Em resposta a este ambiente, nota-se que muitos indivíduos apresentam uma espécie de insatisfação em relação a si mesmo e à própria vida. E qual seria a solução encontrada para amenizar esta insatisfação?

Para alguns, a saída parece ser, justamente, o desenvolvimento da compulsão, pois o consumo excessivo de alimentos gera uma sensação de plenitude e contribui para aplacar a angústia sentida.

É interessante notar que no momento em que a compulsão se instala, a atenção do indivíduo tende a voltar-se para o distúrbio alimentar e ele deixa de refletir sobre os fatores que geraram este problema. Neste momento, o discurso reflete apenas sua preocupação com o ato de comer: ele descreve tudo o que ingeriu durante o dia, fala da culpa, dos receios e da vergonha, mas em momento algum menciona as dificuldades emocionais que geraram e que mantêm seu problema. 

O que realmente importa é que cada um descubra quais são suas necessidades afetivas e que encontre maneiras de supri-las, evitando fazer uso dos alimentos para reduzir a insatisfação sentida.

A GULA no Natal – Ano Novo....por hábito ou por uma ansiedade momentânea. Podemos considerar o comer excessivo um sintoma da ansiedade, mas, ao mesmo tempo, ela serve para uma sensação momentânea de alivio da tensão. As tensões que a gula tenta diminuir podem ser sensações de preocupação, de nervosismo, de desânimo, como também excitabilidade devido a um fato positivo ou a um momento de felicidade. Neste período do ano, onde se comemoram com festas e alegria, devemos ter especial cuidado com a gula, porque ela pode manifestar-se pelo nervosismo e estress ou, ainda, pela felicidade e descontração nestas festas.

Esta época é um bom momento para se fazer uma autoanálise e avaliar se a própria gula é unicamente um mau hábito ou se ela está acompanhando algum problema maior.

A GULA nas organizações:

No sentido literal, gula é o excesso no comer e beber, na sua simbologia maior significa voracidade. A característica da gula é engolir e não digerir. A gula pode ser entendida como gula intelectual inclusive, o sentido que está por trás da gula é o de estar funcionando abaixo das nossas, potencialidades. A sensação é de que não estamos fazendo tudo que o nosso potencial permite, que estamos vivendo sem atender nossas expectativas. A atitude mental básica é: necessito aprender tudo.

Um exemplo da gula nas organizações é quando compram-se equipamentos de última geração desnecessariamente ou quando os gestores centralizam o processo decisório e as informações visivelmente observado nas mesas cheias de papéis.


A gula vai influenciar tanto nos relacionamentos quanto na produtividade das pessoas.
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Sete Pecados Capitais - Gula
por Rosemeire Zago
Gula pode ser fuga do sexo e da vidaO sentido que está por trás da gula é o de estar funcionando abaixo das potencialidades, buscando sempre uma compensação pelo que acredita não se ter 
Clique aqui e leia o 1º artigo da série 
Clique aqui e leia o 2º artigo da série
Clique aqui e leia o 4º artigo da série 
Clique aqui e leia o 5º artigo da série 
Clique aqui e leia o 6º artigo da série
Clique aqui e leia o 7º artigo da série
Falarei sobre a gula neste terceiro artigo da série os 'Sete Pecados Capitais': gula, cobiça, luxúria, avareza, preguiça, ira e inveja.
A gula é considerada um pecado venial (perdoável), caso a pessoa deixe de cumprir suas obrigações devido à gula. Ela pode ser entendida como uma forma de fuga, talvez para proteger-se do excesso de sexualidade. Ainda hoje isso acontece, pois muitas pessoas trazem consigo a crença religiosa de que ter prazer sexual é pecado. Muitas pessoas, principalmente mulheres, depois da primeira relação sexual, ou depois do casamento, começam a engordar, como forma inconsciente, é claro, de se tornarem menos sensuais ou atrativas para seus parceiros. Pode também, significar a fuga de muitas outras dificuldades, ou ainda, de sentimentos.
Ansiedade e comida
A ansiedade também pode gerar a busca compulsiva pela comida. Apesar de ser uma resposta normal ao perigo físico - e pode ser uma ferramenta útil para concentrar a mente, quando há o fim de um prazo que se aproxima - a ansiedade se torna um problema quando ela persiste muito além da ameaça imediata e passa a ser um traço da personalidade, onde tudo gera ansiedade. Quando os sintomas como: preocupação descontrolada, inquietação, irritabilidade, apreensão, tensão muscular e problemas de concentração se tornam persistentes, afetando os hábitos e padrão de vida comum é chamado de Transtorno de Ansiedade Generalizada - TAG.
No sentido literal, gula é o excesso de comer e beber, na sua simbologia maior significa voracidade: que devora e destrói. Entendendo essa simbologia, podemos relacionar que ao devorar o alimento compulsivamente, tenta-se, ainda que inconsciente, destruir o que está dentro. Agindo assim, sente culpa e se pune por ter perdido o controle, formando assim um círculo vicioso: come em excesso para fugir do que sente, culpa-se por isso, se pune comendo mais.
Há quem coma até não agüentar mais, podendo desenvolver a bulimia, que é um dos transtornos alimentares que se caracteriza por episódios repetidos de compulsões alimentares seguidas de comportamentos compensatórios inadequados, como vômitos auto-induzidos, mau uso de laxantes ou diuréticos. Pessoas com esse transtorno alimentar geralmente se envergonham de sua compulsão e procuram ocultar seus sintomas, podendo dificultar o diagnóstico. Duas características básicas são a perda de controle e a culpa. E na tentativa de não aumentar o peso, recorre ao vômito ou uso de laxantes, como se isso fosse capaz de diminuir os sentimentos que não consegue lidar. Depois de ter concentrado toda sua energia em colocar a comida para dentro, procura agora colocá-la para fora. A pergunta é: "O que na verdade queria colocar para dentro?" Com certeza não era comida o que precisava, pois se fosse não teria a necessidade de se livrar dela.
Gula intelectual
A característica da gula é engolir e não digerir. Quantas vezes não digerimos o que nos acontece e simplesmente engolimos? Geralmente está associada à comida e à bebida, mas também pode ser entendida como gula intelectual inclusive. O sentido que está por trás da gula é o de estar funcionando abaixo das potencialidades, buscando sempre uma compensação pelo que acredita não se ter. A sensação é de não estar fazendo tudo que o potencial permite, vivendo sem atender expectativas. A atitude mental básica é: necessito aprender tudo. Essa característica pode levar à necessidade de monopolizar, desejando o poder cada vez mais para si. 
Gula nas organizações
Um exemplo da gula nas organizações é quando se compram equipamentos de última geração desnecessariamente ou quando os gestores centralizam o processo decisório e as informações. Ou ainda, a gula pelo poder, evidenciando um líder centralizador, que não confia ou que não quer confiar em sua equipe, porque na verdade, não confia em si mesmo e em seu potencial. Todas as decisões têm que partir dele, que precisa estar a par de todas as informações que saem do setor. Até os documentos mais banais têm de ter sua assinatura ou visto. A equipe passa a não decidir e fazer questão de não decidir nada. Todos os trabalhos são incompletos, pois o líder ainda dará a opinião final. Então, é inútil concluí-los. A gula pode influenciar tanto nos relacionamentos quanto na produtividade das pessoas.
O mais indicado para evitar os excessos que a gula pode gerar é descobrir que situações o levam a cometê-los, identificando as situações e lidando com cada uma delas. Não negue, nem faça que não está sentindo nada. Para obter o controle sob suas emoções é preciso aceitar o que está sentindo, assim ficará mais fácil identificá-la. É importante também reconhecer cada conquista e manter sua mente no presente que assim o resultado virá naturalmente.
Examine o que aconteceu naquele dia ou nos anteriores. O que o magoou ou o perturbou? Por exemplo, uma discussão com alguém, pressão no trabalho, recordação de antigos sofrimentos, estar fazendo o que não quer, etc. Os motivos podem ser muitos, mas você só conseguirá a recuperação quando perceber que sua necessidade está muito além de comer, beber, ter poder, afinal, nada disso é amor! E quando sentir esse amor por si mesmo, não terá mais a necessidade de cometer nenhum dos sete pecados capitais.

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GULA É o sétimo demônio gigante que a pessoa leva em sua psiquê e em seu físico. 

FASES DESTE AGREGADO:
- incontinência - Identificação - Fascinação - Sonho 

A porta principal para desenvolver estte Ego é a autoconsideração

Suas principais manifestações são as seguintes:
Eu Ambicioso Eu Canibalista (desumano) 
Eu Devorador Eu do Desejo (Judas) 
Eu Justificador Eu da má vontade Eu do Excesso 
Eu do temor (me disseram que devo engordar senão vou ficar doente) Eu voraz O Eu da Gula é agressivo e Instintivo 
O Eu da Gula é anti higiênico 
O Eu da Gula é desordenado 
O Eu da Gula é inoportuno 
O Eu da Gula não mede as consequências físicas e internas

Com a mania de devorar. o ego da Gula agride, primeiro de forma discreta, através de imposições. Primeiro Eu, depois Eu e sobrar alguma coisa, é para você. Quando é a Gula em si, não importa o tempo nem a hora. Às três, às quatro da madrugada, se levanta, abre a geladeira e devora tudo. Quando alguém diz: “Eu tenho fome” – pode ser do corpo físico, como pode ser do Ego. O defeito da Gula é um Ego que não afeta as outras pessoas. Encerra uma forma de poder afetar a economia do mesmo ou dos que o mantem. E para finalizar o Eu da Gula é sócio da Preguiça.

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GULA - Eneagrama


O Eneagrama (do grego Ennea = nove e grammos = figura ou desenho) é um antigo sistema de sabedoria, criado há cerca de 2500 anos (autores situam sua origem entre 3.500 e 2.000 anos atrás), provavelmente no Egito. Seu conhecimento foi mantido sigiloso durante muitos séculos.
Este sistema descreve a queda e a ascensão possível da consciência humana, segundo nove padrões. Mais especificamente, descreve como, segundo nove padrões, a perda de Virtudes humanas gera paixões ou vícios emocionais; como a perda de Idéias Superiores cria fixações mentais; e como a perda do Instinto Puro leva à construção de estratégias instintivas de sobrevivência em três âmbitos: auto-preservação, social e sexual (chamados de subtipos ou variantes instintivas, conforme o autor).
De acordo com o eneagrama, todos nós temos um pouco de cada uma delas, de acordo com a situação. Entretanto, cada um de nós escolheu e desenvolveu uma delas como espada. Cada pessoa, assim, pode possuir traços dos nove pontos do Eneagrama, mas possui apenas um Tipo, que não muda. Existe, entretanto, evolução dentro de cada Tipo, em seus diferentes níveis de desenvolvimento e consciência.
Muitas pessoas que conhecem o Eneagrama concluem que ele é um sistema altamente profundo e preciso na descrição de comportamentos humanos. Mais do que uma tipologia, o Eneagrama é um mapa que mostra caminhos possíveis da evolução de nossa consciência, ou seja, da superação da paixão e da fixação de nosso tipo no Eneagrama.
Com o tempo, o Eneagrama vem se tornando mais conhecido por muitas pessoas e aplicado com sucesso por pessoas, grupos e importantes organizações. Quando bem aplicado, este sistema promove aceitação própria e aceitação mútua e orienta pessoas em seus caminhos de desenvolvimento pessoal, profissional e espiritual.
O eneagrama foi uma idéia originalmente trazida por G. Gurdjieff para o Ocidente (principalmente França e Alemanha), após 20 anos de peregrinação pelo Oriente. Diversos estudos e escolas de Eneagrama surgiram e passaram a explorar este conhecimento antigo e desenvolvendo aplicações bem sucedidas na Psicologia, na Espiritualidade, no mundo dos negócios, nas artes e em diversos outros campos do conhecimento.

Gula e o eneagrama



Tipo
Tipo Eneagramático
Ponto de Fixação
Vício
Idéia Sagrada
Compulsão Neurótica


7
Sonhador
A palavra
Gula
  Sabedoria
Otimismo


São pessoas bem-humoradas e adoram se divertir. São muito otimistas, vendo tudo como fosse melhor e esperando as possibilidades boas. Alimentam muitas ilusões e fantasias. São pessoas ativas e encantadoras por causa de sua alegria e entusiasmo, expressam muita alegria.
>> Odeiam desprazer e evitam entrar em contato com qualquer eventual dor ou sofrimento.

As pessoas do Tipo 7 são muito otimistas, vendo tudo de forma boa e sempre demonstrando alegria. Seu vício emocional inconsciente é a gula, porque buscam sentir prazer.


Facilmente se entediam com as coisas, e ficam saciadas rapidamente, por isso odeiam rotinas e evadem dos padrões e regras. Odeiam ficar paradas e procuram sempre estar fazendo algo que lhe agrade.

São imaginativas e criativas, adoram estimular sua imaginação, tendo muitas idéias e planos, que às vezes são impossíveis de existir.

São muito loquazes.
São pessoas superficiais, sobrecarregam com atividades como meio de fugir das dificuldades emocionais, assumindo vários compromissos simultaneamente, mas têm dificuldades para completá-los. >> GULA

Têm boa agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, mas dão prioridade ao prazer. >> GULA (atividades e pensamentos)
Têm tendência a ser humoristas, por ter prazer em diversão e buscá-la.
Não refletem sobre o que os outros pensam.
São pessoas manipuladoras, quase sendo charlatãs, facilmente convensem os outros e são insistentes.
Consideram a realidade como sua imaginação positivista. Consideram-se confiáveis, apesar de poderem ter segundas ou terceiras intenções, devido à quantidade de seus interesses.
Gostam de ter muitos pensamentos e idéias, chegando a pensar que eles são ilimitados e e sentem capazes de resolver qualquer problema, são intelectualmente analíticas.
Chegam a ser presunçosas e arrogantes, mas são pessoas brincalhonas que preferem ser crianças, evitando responsabilidades e rotina. São indisciplinados e irresponsáveis.
Conclusão: vício gula (por bens, pessoas e principalmente conhecimento

Exemplos de Tipo 7: Jô Soares, Tom Cavalcante, Didi, Regina Casé.

A Gula dos setes

é caracterizada por uma fome de excitações e de experiências, sentida pelo corpo. Têm o vício da própria adrenalina. Adoram o ímpeto da eneregia física, a excitação da aventura e da estimulação mental.
Frequentemente atraídos pelos alucinógenos e por substâncias que os ajudem a mantê-los “por cima”, embriagados.
A gula é fome que o corpo sente, mais de estimulação e de experiências do que propriamente de pratos de comida. De fato, setes abandonariam uma experiência antes de ficar saciados a fim de garantir a continuidade de seu interesse.

Mente do macaco: o problema da mente do macaco é que um enfoque preciso da atenção perpassa associações, fantasias e planos mentais com tanta presteza que o meditador não é capaz de penetrar profundamente num estado contemplativo. A tarefa do meditador é obter atenção para se sentar calmamente num estado contemplativo. A tarefa do meditador é obter atenção para se sentar calmamente com um único ponto de contemplação, quando o hábito da atenção é o de convocar fantasias e planos sedutores.

Os setes se sentem mais vivos quando estão oscilando entre várias atividades fascinantes, assim pretendem manter vivo seu interesse pelas coisas que o cercam. Preferem ficar sem dormir a abrir mão de algo interessante a fazer.

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