quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

IRA















A Ira - Satsangs e Pesquisa




                 Ira e seus Agregados              



Considerado o segundo defeito em densidade entre os sete pecados capitais, este ego tem afinidade, principalmente com o orgulho. Os passos para que este agregado a manifestar-se, são os seguintes:
- Inconsciência
- Vontade Fraca
- Identificação
- Fascinação ( auto consideração)
- Sono

Veremos agora o que motiva a Ira. Quais são as molas secretas que a fazem manter:

ANTIPATIA; Menor grau de repugnância, aversão, de distanciamento de algo.

Existem dois tipos de Antipatia: a Mecânica e a Provocada
A antipatia Mecânica é aquela que se sente instintivamente por alguém, sem saber um porquê. Mas se indagarmos, saberemos que é o resultado de um encontro forte, que traz uma lembrança inconsciente, talvez até de vidas passadas. Sem saber porque, alguém nos cai mal, "nosso santo não combina", dizemos.
A antipatia Provocada é aquela que vamos estudar, Vejamos um exemplo de como se forma: Pensemos que alguém é o centra da atração em um lugar, e vem alguém e lhe tira o foco da atração: então o ego se ressente muito. No dia seguinte acontece a mesma coisa. Já se instalou um choque e o ego sabe que essa pessoa é quem motiva minha insegurança.
Então perguntamos: porque sinto uma antipatia por essa pessoa? Porque tenho inveja? Será que não posso ser como ela? Porque as virtudes dela me molesta?
Se nos indagarmos, a antipatia pode ser causada pela inveja, por falta de segurança de nós mesmos.
Se essa antipatia não se transforma, vamos cair em uma susceptibilidade "porque ela não gosta de mim" . "não me quer" , etc... e através desta susceptibilidade, pode-se desembocar num ressentimento : "cada vez que ela fala, ela me machuca" e me olha torto. Com o passar do tempo o jeito de olhar se torna brusco, duro, inquisidor, desconfiado. E se não cuidarmos, esse ressentimento dá origem a um ódio sem fundamentos.
Com a antipatia chega-se à blasfêmia, mentira, a atuar hipocritamente e quando se agrega ao orgulho, em algumas ocasiões, pode-se atuar de forma indiferente. 

Agressividade: ataque violento feito por palavras, ação ou mentalmente. O agressivo é instintivo, sempre se manifesta através do centro motriz.


Alarmista: Faz tudo ficar maior do realmente é. Isto muitas vezes, criado pela insegurança de nos mesmos, para chamara atenção das outras pessoas; as vezes atua com crueldade para fazer sofrer as outras pessoas.


Altivez -Arrogância - Soberba: (também é derivado do orgulho) Quando alguém está ferido ou ofendido atua desta maneira.


Blasfêmia: Palavras ofensivas contra alguém.
Quando alguém está ferido em seu amor próprio, e tem um ressentimento, geralmente vem a blasfêmia. Também é a raiz de uma antipatia ou se blasfêmia por crueldade interior.


Beligerante: Está sempre em guerra ou brigando, briguento. Geralmente é produto ou manifestação de uma insatisfação contínua, um tédio pela vida, por pessoas e coisas. Lá no fundo é uma falta de amor ao próximo que faz atuar desta forma, com impaciência com as pessoas.


Conflitante: Indivíduo que tem tendências para entorpecer todas as ações - há pessoas que criam oposição em tudo, não gostam de ser práticos. Elas se opõem a elas mesmas, as vezes, motivada pela indecisão, por exemplo. Característica dos signos de Peixes, Libra, Gêmeo e as vezes em Cancerianos.


Caprichoso - Voluntarioso: que é obstinado a ter as coisas sem merecê-las. (também é um derivado do orgulho) - Comum nos capricornianos. Este é um dos primeiros agregados que se manifestam, logo na infância. Se não se cuida a pessoa se torna um hipócrita, porque acredita que consegue tudo o que quer com seus caprichos, falsidades, fingimentos.


Crítico Mordaz: É o que faz desaprovação, crítica que ofende e deixa mágoas. Comum nos signos de escorpião e Virgem. É instintivo.


Contraditório: Pessoa que sempre contradiz e se opõe a tudo, para chamar a atenção, por uma insatisfação constante e geralmente não se conta disso. Comum nas pessoas de Aquário.


Competitivo: Ação de competir para dominar. (também derivado do orgulho) - Encontra-se nos jogadores, desportistas, artistas... etc.


Calúnia: Palavras falsas, seja por vingança ou por ódio. - Uma pessoa ferida, ressentida, quer vingar-se, e então não diz a verdade. utiliza a mentira, o ego hipócrita, caluniando alguém para que fique desacreditado.


Cólera: Fúria Incontrolada - É uma liberação forte do estado da Ira. o indivíduo já está tomado pela Ira e o centro mental não ajuda. É somente instinto. Se o indivíduo tem cólera, primeiro apresenta crises nervosas, logo apresenta uma úlcera, e por último se torna uma pessoa neurastênica. Uma pessoa assim é intolerante, tudo a molesta. Se torna, inclusive, hipocondríaca, porque quer a atenção de todas as pessoas e ao mesmo tempo não a quer. Existem enfermidades provocadas pelo mesmo ego. Somos tão fracos que, inclusive, queremos adaptar tudo o que nos rodeia. E não ao contrário.


Criminal: que mata


Crueldade: Sua única satisfação é ver alguém sofrer. - Seu Karma é a cegueira.


Drástico: É o desequilíbrio da severidade, A severidade é um dom que serve para dirigir, para comandar. Todavia, o drástico atua inflexivelmente e se torna um tirano. Isto pode acontecer aos nascidos sobre a influência de Júpiter - Sagitário - Peixes e sobre a influência do Sol - Leão.


Discutidor: Todo seu falar é exagerado. Muitas vezes nasce do eu de auto-suficiências.


Dominante: Pessoa que exerce influência sobre os demais. Seria a ação do drástico.


Desesperado - raiva - cólera - indignação: Perda da esperança, conseqüência da impaciência. Atua através do nosso sistema nervoso utilizando nosso centro mental. É o medo unido à preocupação.


Discórdia: Falta de entendimento com alguém


Desprestígio: Atitude negativa ao prestígio de alguém. Atua assim por ambição.


Desobediência: Quem não cumpre ordens. = Pode ser por rancor, orgulho ou paranóia. Este vem nascendo desde a infância para chamar a atenção, por rebeldia.


Destruidor: O que destrói e que já está construído. - São os primeiros defeitos e vem nascendo desde a infância, quando a criança tem a tendência à destruição e é incentivada ou não é instruída a cuidar das coisas.


Desgosto - Aborrecimento: Pequena perturbação por algo. Nasce da insatisfação. O indivíduo se move pela motivação, e quando esta não existe nasce o desgosto, e se torna pessimista e exagerado. O desgosto geralmente, traz as marcas no rosto. Às vezes é o que nos caracteriza. Quando o desgosto encontra o gosto no corpo físico, vai marcando e o indivíduo começa a ter prazer em estar sempre desgostoso.


Despeito: Um pesar por um desengano. - Produto dos ciúmes.


Dissidência: Desacordo, divergência de opinião, seja mental ou física. - Às vezes para fazermos passar por um pessoa muito inteligente, com uma bárbara preparação, nos colocamos num grupo de forma divergente.


Dissonante: Exagerado na voz.


Displicência: Pequeno grau de displicência, de indiferença.


Desumano: Que age com falta de humanidade, caridade, insensibilidade pelo outro, total ausência de amor, injustamente.


Egoísmo: Negar-se a tudo. Não dá nada de si, muitas vezes por medo.


Falácia: Mal hábito de enganar. Está unido à mentira. Aquele que para encobrir alguma coisa ou sair de alguma situação difícil, mente.


Fastidioso: Tedioso, chato que irrita... que faz tudo pra irritar


Fatalismo: o que vê perigo em tudo e se irrita e irrita os outros com seus medos e nervosismos.


Grosseiro: Pessoa que utiliza vocabulário grotesco e palavras até obscenas.


Genocídio: Extermínio de um grupo nacional ou racial. Derivado do orgulho patriótico ou racial, na maioria das vezes.


Fúria: A pior manifestação da Ira. Desequilíbrio mental. Aqui o ego pode acabar com o corpo físico.


Frustração: Privar alguém daquilo que ela espera.


Impaciência: Que não tem calma na espera. Acontece em muitas situações. Na nossa busca pode ocorrer que nos desesperemos pela demora em desatar todos o nós. A impaciência nasce da preocupação e desemboca no desespero. Ex. Alguém tem um horário marcado para uma reunião, e o tempo vai passando e a reunião não tem início, então esta pessoa começa a andar desesperado de um lado para o outro, mas a reunião não começa, então, no auge do desespero começa a esmurrar a mesa, etc...


Incompreensão: Não ter capacidade de se colocar no lugar do outro. Unida à falta de consideração exterior, é a falta de amor aos seu semelhantes, motivada por um excessivo amor a si mesmo - auto-consideração.


Intolerância: Qualquer coisa incomoda, nada suporta. É intolerante, impaciente, nunca se coloca no lugar dos outros


Insolente: Pessoa atrevida que com despudor, falam e fazem coisas ruins.


Injúria: Ultraje de ações e de palavras. Deriva-se da mentira.


Indiferença: Raiva reprimida, parada, nada lhe afeta. A Indiferença é uma arma muito cruel que fere profundamente.


Infanticídio: Aquele que comete crime com as crianças.


Intriga: Ação secreta de causar danos. O covarde nunca fala as coisas de frente e é hipócrita, espalhando veneno com uma astúcia mental.


Intemperança: Falta de tranqüilidade. Não tem moderação e nem continência.


Impulsivo: Irreflexivo e violento. Não mede as conseqüências.


Inconformado: Descontente com tudo, pessoas, lugar e coisas. Muito unido ao desgosto e insatisfação. A insatisfação pode ser positiva quando gera mudanças, mas este ego e inconformado e apenas se lamenta o tempo todo.


Intransigência: Insistência, pressão que atrapalha.


Intrometido: Ação de intrometer-se onde não é chamado. Gosta de estar onde não é convidado e adora ser conselheiro.


Irônico: Zombarias finas e dissimuladas.


Intrépido: Ação de coragem sem medir conseqüências. Pode ser do ego ou da consciência.


Irracional: Desprovido do raciocínio. Age pelo instinto.


Irreflexivo: Tudo o que faz e fala é sem pensar.


Irritável: Desespera-se por qualquer coisa.


Irresistível: Não consegue vencer o impulso da Ira.


Irrespeitável: Falta de respeito sem se importar com sexo, idade, etc...


Déspota: Que se impõe, domina sem respeito, obriga a fazer suas vontades, a aceitar suas idéias, doutrinas, seu ponto de vista, etc..


Ignorante: Que age com ignorância, com falta de dignidade.


Insidioso: Falso, hipócrita, pérfido, traidor. Prepara a traição com cuidado. O ego se apodera da mente seja com a crítica, blasfêmia ou agressividade.


Insubordinado: O que armam revoltas provocando desordem. O ego utiliza-se do briguento e do destrutivo.

Machista:

Irritação: Pode ser bravo, esforço ou raiva - uma pessoa covarde, quando tem uma grande cólera, é capaz de fazer coisas que jamais faria.

Perturbado: Perturbar e deixar os outros inquietos - Pode, por exemplo, ser através de zombarias sutis, simuladas, em uma conferência, conversa, por um desejo de uma vingança.


Zombador - Ridicularizador: Ato, fala, gesto para ridicularizar - Existem zombarias de várias classes: através do olhar, risadinhas, risinhos maldosos... tudo isso é produto de uma profunda insegurança, insuficiência que se mascara com uma auto-suficiência de um "eu infalível" de um "eu perfeccionista" , etc. muitas vezes, através de uma zombaria voltamos a ser pessoas inseguras, geralmente com gracejos de duplos sentidos. Características dos signos de Virgem e Leão


Tradução adaptada do Livro: 

Teoria Y Prática de La Psicologia Gnóstica
de Ernesto Baron L.

realizado por Emanuela Aravena e Lucia Premal



         Pessoas iradas têm ódio de si        


Este é o segundo artigo da série Os Sete Pecados Capitais: gula, cobiça, luxúria, avareza, preguiça, ira e inveja. Nesse segundo artigo abordarei a ira. Segundo o dicionário Aurélio, ira é cólera, raiva, indignação, desejo de vingança. É preciso distinguir entre a ira ou cólera; e raiva ou ódio. O ódio e a raiva, de certa forma, são a ira reprimida. São emoções totalmente destrutivas tanto para os que as sentem como para quem se torna objeto delas. A ira é um impulso momentâneo, que provoca também os maus pensamentos, fazendo com que muitas vezes façamos acusações injustas, provocando muitas brigas e conflitos nas relações.

Pessoas que se comportam de maneira feroz, animal, destrutiva, agressivas, demonstram imaturidade. Se a ira causa um desejo descontrolado de vingança, está diretamente associada a desonra, brigas, indignação, a agressividade exagerada, a qual desencadeia hostilidade e destruição. É um estado de descontrole, que chega a modificar o semblante, a expressão facial.

O homem conseguiu controlar sua agressividade através da razão, ou seja, utiliza a racionalização como um mecanismo de defesa, mas quando tomado por uma forte emoção nem sempre esses mecanismos atuam. A agressividade gerada pela ira demonstra a incapacidade de racionalizar quando se deixa dominar pela emoção, sobrepondo muitas vezes, conteúdos inconscientes, como por exemplo, pode indicar uma incapacidade exagerada de amar aos outros, muitas vezes como resultado do amor que não recebeu na infância ou da agressividade que recebeu, repetindo assim o mesmo padrão. Nesses casos é preciso identificar a emoção que foi mobilizada e que não permitiu a atuação do mecanismo de defesa.
A ira no trabalho

No campo profissional a ira é o maior exemplo de sentimentos expostos, por exemplo, pelos líderes sem equilíbrio emocional ou autoconhecimento. Basicamente a atitude mental que está por trás da ira é o desejo de destruir. É aquele líder que apela para técnicas pouco eficazes como mexer com o lado emocional. É do tipo que, quando você vai pedir seu aumento salarial, ele diz que você é um ingrato e que você não imagina como foi difícil convencer a diretoria a lhe dar o último aumento. Ou quando ele não concorda com algo que você fez, ameaça o seu emprego, às vezes com frases sutis como: "O mercado de trabalho está difícil, não?". Ou ainda, quando você debate empolgado com ele sobre sua brilhante carreira, ele diz algo como, "Você tem ainda muito que aprender..." Ou seja, sempre te colocando para baixo, desvalorizando, com autoritarismo, desrespeito, provocando com o tempo e com as somas destes comentários, muita ira.

Por baixo de toda ira quase sempre detectamos o medo de errar, de expressar-se de outra maneira, de perder espaço, etc. Ao invés de terem consciência da origem de tais sentimentos, preferem atacar para defender-se de seus próprios fantasmas. O resultado disso é fazer com que a equipe não discuta os problemas com o líder, pois sabe que ele irá utilizar algum artifício emocional, desencadeando assim aspectos emocionais e conflitos.

Como lidar com a ira
O que fazer quando somos tomados pela emoção e perdemos o controle? Com certeza não é sair xingando ou berrando com o primeiro que aparecer pela sua frente, isso só vai piorar as coisas e trazer mais confusão.

O mais indicado é extravasar sim, porém de maneira adequada, seja surrando uma almofada ou um colchão, fechando os vidros do carro ou se trancando em seu quarto e gritar. Pode também escrever tudo que estiver sentindo e depois poderá guardar e ler após um mês.

Outra técnica é a visualização: imagine a pessoa que provocou tal sentimento em você e fale tudo que estiver sentindo. Qualquer coisa que libere seus sentimentos, ainda que só em seus pensamentos, te trará um grande alívio, pois para o inconsciente não há diferença entre o pensamento e a realidade. É possível assim, descarregar toda energia reprimida causada pela ira ou raiva de modo a não ofender ou machucar alguém.

Depois, mais calmo, é possível analisar a situação e refletir o que tocou tão profundamente dentro de você, o que tocou em sua emoção. Isso não quer dizer que seja saudável nos sentirmos irados a todo momento, considerando tudo como ofensa pessoal, mas havendo o sentimento, também não é benéfico reprimir sua manifestação, desde que seja feita como sugerida acima.

Mas o que dizer daquelas pessoas que estão sempre extravasando sua ira e continuam constantemente iradas?
Geralmente, são pessoas que não se confrontam com a fonte original do sentimento e saem agredindo a todos, quando na verdade, ainda que inconscientemente, estejam agredindo a si próprias.

Através do autoconhecimento é possível perceber que comportamentos desse tipo são manifestações de ódio por si mesmo. Por mais que possam te fazer, não permita que alguém tenha controle sobre seus sentimentos e consiga te deixar irado. Como em todos os outros pecados o amor por si mesmo ainda é o melhor remédio.


Rosemeire Zago (é psicóloga clínica com abordagem junguiana.)





      A criação da IRA  no Livro dos Vedas        



Shrî Maitreya disse: Agora ouve-me falar sobre a criação de Brahmâ, o reservatório de todo o conhecimento védico.

Brahmâ criou primeiramente as ocupações de nescidade como a auto-decepção, o sentido da morte, a ira, a frustração, o sentido de falsa propriedade e a concepção corpórea ilusória, ou o esquecimento de nossa verdadeira identidade.

Ao ver essa criação desencaminhadora como uma tarefa pecaminosa, Brahmâ não sentiu muito prazer em sua atividade, e por isso purificou-se pela meditação na Personalidade de Deus. Então ele começou outro período da criação.

No começo, Brahmâ criou quatro grandes sábios chamados Sanaka, Sananda, Sanâtana e Sanat-kumâra. Nenhum deles tinha desejo de adotar atividades materialistas porque eram altamente elevados devido a que seu sêmem era sublimado.

Após gerar seus filhos, Brahmâ falou-lhes o seguinte: “Meus queridos filhos”, disse ele, “agora gerai progênie”. Mas, por serem apegados a Vâsudeva, a Suprema Personalidade de Deus, eles visavam à liberação, e por isso expressaram sua relutância.

Diante da recusa dos filhos a obedecerem à ordem de seu pai, a mente de Brahmâ inflamou-se de muita ira, a qual ele tentou controlar e não manifestar.
Embora ele tentasse conter sua ira, esta irrompeu dentre suas sobrancelhas, e imediatamente foi gerada uma criança de cor mista de azul e vermelho.
Após seu nascimento, ele começou a chorar: Ó criador do destino, mestre do universo, por favor, designa meu nome e lugar de permanência.

O todo-poderoso Brahmâ, que nasceu da flor de lótus, apaziguou o menino com palavras amáveis, aceitando seu pedido, e disse: Não chores. Certamente farei como desejas.

Em seguida Brahmâ disse: Ó principal entre os semideuses, serás chamado Rudra por todas as pessoas porque choraste com tanta ansiedade.
Meu querido filho, já selecionei os seguintes lugares para tua residência: o coração, os sentidos, o ar vital, o céu, o ar, o fogo, a água, a terra, o Sol, a lua e a austeridade.

O Senhor Brahmâ disse: Meu caro filho, Rudra, tens mais onze nomes: Manyu, Manu, Mahinasa, Mahân, Shiva, Rtadhvaja, Ugraretâ, Bhava, Kâla, Vâmadeva e Dhrtavrata.

Ó Rudra, tens, também, onze esposas, chamadas Rudrânîs, e elas são as seguintes: Dhî, Dhrti, Rasalâ, Uma, Niyut, Sarpi, Ilâ, Ambikâ, Irâvatî, Svadhâ e Dikshâ.

Meu querido filho, aceita agora todos os nomes e lugares designados para ti e para tuas esposas, e, uma vez que a partir de agora és um dos senhores das entidades vivas, aumenta a população em larga escala.

O poderosíssimo Rudra, cuja cor corpórea era azul mesclada de vermelho, criou muita progênie semelhante a ele em aspectos, força e natureza furiosa.
Os filhos e netos gerados por Rudra eram em número ilimitado, e quando reuniram-se tentaram devorar todo o universo. Quando Brahmâ, o pai das entidades vivas, viu isso, assustou-se com a situação.

Brahmâ falou a Rudra: Ó melhor entre os semideuses, não há necessidade de gerares entidades vivas desta natureza. Elas começaram a devastar tudo por toda a parte com as chamas incandescentes de seus olhos, e chegaram inclusive a me atacar.

Meu querido filho, é melhor que pratiques penitência, que é auspiciosa para todas as entidades vivas e que trará toda a benção para ti. Somente através da penitência serás capaz de criar o universo como ele era antes.

E somente através da penitência que uma pessoa pode aproximar-se até mesmo da Personalidade de Deus, que está dentro de todas as entidades vivas e, ao mesmo tempo, além do alcance de todos os sentidos.

Shrî Maitreya disse: Assim, Rudra, tendo recebido ordens de Brahmâ, circum-ambulou seu pai, o mestre dos Vedas. Dirigindo-se a ele com palavras de concordância, ele entrou na floresta para praticar austeras penitências (Shrîmad-Bhâgavatam, Canto 3, cap. 12, vs. 1 a 19).


Explicação

A criação de Rudra dentre as sobrancelhas de Brahmâ como resultado de sua ira, gerada do modo da paixão (rajo guna) parcialmente influenciado pela ignorância (tamo guna) é muito significativa. No “Bhagavad-gîtâ” (3.37-39) descreve-se o princípio de Rudra.

A Suprema Personalidade de Deus disse: É somente a luxúria, Arjuna, que nasce do contato com o modo material da paixão e mais tarde se transforma em ira, que é a inimiga pecaminosa que a tudo devora neste mundo.

Assim como a fumaça cobre o fogo, o pó cobre um espelho ou o ventre cobre um embrião, diferentes graus de luxúria cobrem o ser vivo.
Assim a consciência pura da entidade viva sábia é coberta por seu eterno inimigo sob a forma de luxúria, que nunca é satisfeita e queima como o fogo).

Krodha (ira) é produto de Kâma (luxúria), que é o resultado do modo da paixão. Quando a luxúria e a ansiedade não são satisfeitas, aparece o elemento krodha, que é o formidável inimigo da alma condicionada.

Essa paixão demasiadamente pecaminosa e hostil, apresenta-se como ahankâra, ou seja, a falsa atitude egocêntrica de julgar-se o todo de tudo. Tal atitude egocêntrica da parte da alma condicionada, que está completamente sob o controle da energia material, é descrita no “Bhagavad-gîtâ” como tola.

Como ensina Krishna:

Enquanto contempla os objetos dos sentidos, a pessoa desenvolve apego a eles, e de tal apego se desenvolve a luxúria, e da luxúria surge a ira.
Da ira, surge a completa ilusão, e da ilusão, a confusão da memória. Quando a memória está confusa, perde-se a inteligência, e ao perder a inteligência, cai-se de novo no poço material (2.62 e 63).

A atitude egocêntrica é uma manifestação do princípio de Rudra no coração, onde krodha (ira) é gerada. Esta ira desenvolve-se no coração e posteriormente se manifesta através de vários sentidos, como olhos, as mãos e as pernas. Quando um homem está irado ele expressa tal ira com olhos avermelhados, e, às vezes, se põe na atitude de cerrar os punhos ou dar pontapés. Essa exibição da presença de Rudra em tais lugares. Quando um homem está irado ele respira aceleradamente, e assim Rudra está representado no ar vital, ou nas atividades da respiração. Quando o céu está nublado com nuvens densas e estrondeia em ira, e quando o vento sopra com grande fúria, manifesta-se o princípio Rudra, e, da mesma forma, quando a água do mar está enfurecida pelo vento ela toma o aspecto sombrio de Rudra, que é muito amedrontador para o homem comum. Quando o fogo está abrasador também podemos experimentar a presença de Rudra, e quando há uma inundação sobre a terra podemos compreender que isso também é representação de Rudra.

Há também as criaturas terrestres que representam o elemento Rudra, como a serpente, o tigre e o leão e, às vezes, por causa do extremo calor do sol, há casos de insolação, e, devido ao extremo frio criado pela lua, há casos de colapso. Há também muitos casos de sábios com poderes especiais influenciados pela austeridade e muitos yogîs, filósofos e renunciantes, adquiridos sob a influência dos princípios rudrânicos de ira e da paixão. Mas quando estes poderes são exibidos por pessoas que não estão ocupadas em serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus, a pessoa cai do pináculo de sua posição progressiva.

Portanto, ó Arjuna, desde o início, refreie este grande símbolo de pecado [a luxúria], regulando os sentidos, e aniquile este destruidor do conhecimento e da auto-realização.

Os sentidos funcionais são superiores à matéria bruta; a mente é superior aos sentidos; por sua vez, a inteligência é mais elevada do que a mente; e ela [a alma] é superior à inteligência.

Assim, sabendo que é transcendental aos sentidos, à mente e à inteligência materiais, ó Arjuna de braços poderosos, a pessoa deve equilibrar a mente por meio de deliberada inteligência espiritual [consciência de Krishna] e assim _pela força espiritual_ vencer este inimigo insaciável conhecido como luxúria (3.41-43).

Desta forma, “aquele cuja mente não é perturbada mesmo estando rodeado das três classes de misérias, e nem exulta quando há felicidade, e que está livre do apego, do medo e da ira, é chamado um sábio de mente estável” (2.56).

. Este mito aparece num livro bem antigo, chamado Srîmad-Bhâgavatam.
Os comentários são de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupâda e a pesquisa é de Frederico Eckschmidt - Graduado em Psicologia 


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TRECHO DE SATSANG COM PREM BABA


Questão: Amado Prem Baba, sem ter consciência disso, eu tenho suprimido ira e raiva a maior parte da minha vida. Nunca parecia ser seguro para expressar isso. Através do meu trabalho com você, eu tenho descoberto que estava soterrado por muito tempo. Agora me vêm momentos, em que essa energia vibra fortemente no meu corpo, como se estivesse sendo solta e liberada de lembranças celulares profundas. Já consigo observar isso, mas gostaria de saber se isso precisa ser expressado de alguma forma. Às vezes, parece que só observar, acaba empurrando isso para baixo novamente. Qual é a forma correta de lidar com essas ondas intensas de energia? 

Prem Baba: Quando as camadas de amortecimento são removidas, e você tem acesso a essas frequências de energia mais densas que estavam soterradas nos subterrâneos, elas precisam de alguma forma ser liberadas. Isso varia de pessoa para pessoa. De uma forma geral, frequências de energias como raiva, precisam de uma liberação física. Essa frequência de energia precisa de uma expressão mecânica. Então, é natural que você sinta isso pulsar dentro do seu corpo, e que, muitas vezes, somente essa pulsação não seja o suficiente. Talvez essa raiva esteja precisando de uma ajuda para poder se expressar de uma forma mais definida. Essa ajuda vem através do seu corpo. Quando ela está pulsando, você precisa fazer uma atividade física para trazer isso para fora através do corpo. Às vezes, você quer quebrar alguma coisa e não pode escapar disso. Nós estamos trabalhando para que você possa expressar isso de uma forma menos densa e destrutiva. 

Quando o impulso realmente vem, você às vezes não domina, e ocorre uma catarse. Talvez você grite ou quebre alguma coisa. Mas, nós estamos trabalhando para que você esteja presente no momento dessa catarse, de forma que possa dirigir essa energia conscientemente. Nesse momento, você pode pegar uma vassoura e varrer a casa; ou dar uma volta no quarteirão... Ou seja, vai fazer alguma atividade com o seu corpo. Pode ser alguma forma de dança. Isso para que você possa liberar essas frequências do seu sistema. 

Nesse momento, no qual você está somente observando e sentindo que a energia está se recolhendo novamente, você pode usar um truque, que é deixar a raiva falar através da sua boca. Deixe ela se expressar um pouco, mas você deve fazer isso sozinho. Não caia na armadilha de jogar essa raiva em outra pessoa. Tudo o que a raiva quer, é alguém para machucar. Ela quer alguém para poder projetar o passado que originou a raiva. E por mais que o outro tenha alguma coisa a ver com o acionamento da raiva, eu sugiro que você evite essa catarse com o outro. Porque essa liberação é sempre estúpida; é sempre destrutivo, e você inevitavelmente se arrepende. Então, você pode evitar esse capítulo, até porque, isso não vai fazer diferença na sua cura. O que fará diferença é conseguir expressar. Você pode também escrever se preferir. Tanto falar, quanto escrever, pode te ajudar a não deixar essa energia se recolher novamente. 

Eu estou falando isso para determinadas frequências de raiva, porque às vezes somente a observação é suficiente. Só o fato de identificar essas frequências de energia, elas começam a ser desalojadas das suas células, e sendo liberadas de maneiras indiretas. Outra coisa que pode ajudar é a prática de pranayamas (técnicas de respiração). Às vezes, a raiva vem de uma forma muito rápida e intensa, mas às vezes, ela vem aos poucos. Quando vem aos poucos, você pode ajudar tomando água. Sempre que você está em um processo intenso de cura, não importa o tipo de frequência que está sendo liberado do seu sistema, tomar um gole de água, a cada quinze minutos, pode te ajudar a liberar os sentimentos. 

O mais importante é a elaboração dessa raiva. A catarse é o primeiro passo para a liberação. Eu tenho sugerido as cartas, e também o diálogo entre essas partes dentro de você - que é a meditação das três vozes, onde o ‘eu’ inferior dialoga com o Eu consciente. O Eu consciente dialoga com o Eu divino, que pode dialogar com o ‘eu’ inferior. E o Eu divino pode dialogar com os dois. Isso é uma técnica de cura, para ajudar na elaboração dos conteúdos que estão emergindo. 

Nesse momento, talvez seja mais simples eu dizer para você dar voz para o ‘eu’ inferior, deixando ele se expressar. É claro que você precisa estar atento, porque ele pode te engolfar e absorver a sua consciência. Esse é um momento que você precisa estar o mais presente possível, porque você está lidando com os seus demônios internos; e ao mesmo tempo você não pode deixá-los tomar conta da sua casa. Você os deixa passarem, mas com a sua ordem e permissão. Ele precisa passar para sair, porque ele ficou soterrado por muito tempo. Você está descobrindo que talvez ele tenha estado soterrado desde a sua infância, mas talvez isso seja ainda mais antigo. 

Nem todos que precisam integrar a raiva, precisam passar por uma catarse. Mas se você tiver, eu estou te mostrando o caminho. 

Questão: Abençoado Prem Baba, no meu trabalho espiritual e nos meus relacionamentos, me encontro com frequência num trabalho de cura, envolvendo mulheres que sofreram abuso e violência sexual na infância. É necessário que elas se lembrem da ferida para se curarem disso? Qual é a melhor forma de ajudar essas mulheres a curarem essas feridas tão profundas? Mantendo a presença? 

Prem Baba: Esse é um assunto complexo. Temos dedicado muito tempo para estudar esse tema. A Presença é a chave mestra. Se é possível estar presente, certamente será mais fácil o desenrolar dessa cura. Mas, quem tem trauma severo, não consegue ficar presente. A pessoa pode até achar a Presença uma coisa bonita, mas não consegue realmente acalmar. No entanto, é importante ensinar as técnicas para ancorar a Presença, para ajudar a acalmar a mente, e para conseguir o mínimo de estabilidade mental e concentração; de forma que possa entrar nesses lugares internos que estão traumatizados. 

Dependendo da severidade do trauma, o ego consciente não quer fazer contato. Tanto que o mecanismo de defesa mais utilizado é a racionalização, que é uma forma de amortecimento. Ela até entende a possibilidade disso ter acontecido, e até chega a falar sobre isso, mas não sente. Ela até admite, ser possível entrar nisso. Mas, entrar significa lidar com sentimentos muito desafiadores. Normalmente há muita vergonha, e é muito difícil falar. Sendo você um homem, fica ainda mais difícil lidar com esse trauma da mulher. Mas, a imagem precisa subir à superfície, assim como a raiva que estava superada também precisa subir à superfície. 

É como se estivéssemos desatando um nó, que está impedindo a energia a circular. Para desatar o nó, este precisa estar visível. Conforme você se entrega para a prática da meditação e do japa, esses conteúdos naturalmente começam a vir para a superfície. 

Às vezes, o que vem é somente energia; somente os sentimentos que te ligaram ao evento que te traumatizou. E, muitas vezes, você não entende porque está vibrando nesses sentimentos tão conflitantes: medo, pavor, angústia, tristeza... os quais você não sabe de onde vêm. Esses são os sentimentos, mas a imagem que está gerando esses sentimentos, não pôde ainda emergir. Mas, se há um sintoma, existe uma causa que ainda não foi curada. O principal sintoma nesses casos é um medo irracional de estar perto do outro. 

Nesse caso, é preciso ir pelas beiradas, aos poucos, para conseguir chegar ao centro. Você nunca pode ir direto, porque, se você vai direto, a pessoa se assusta e sai correndo. Eu estou falando isso para você, que tem esse trabalho de cura com essas pessoas. 
Mas, se você está atraindo esse tipo de mulher, constantemente, é importante olhar por que isso está acontecendo. Até para que, se for realmente parte do seu dharma, ajudá-las na cura, se você tem consciência do por que está atraindo, você poderá ajudar mais conscientemente. Tem uma parte de você atraindo, e é importante entrar em contato com isso. 

Lembre-se que todos carregam dentro de si uma porção masoquista e uma porção sádica. Esteja atento para observar de onde vem esse magnetismo. Isso vem da compaixão por essas mulheres, ou vem do resquício do abusador dentro de você? Isso fará muita diferença nesse trabalho. Porque, se houver algum resquício desse abusador dentro de você, ela vai sentir, e será sempre dual em relação a você. Porque ela vai sentir uma atração e uma possibilidade de cura, mas vai também sentir raiva e medo. Eu não estou dizendo que esse seja o seu caso; só estou te dando elementos para a sua auto-observação. 

De qualquer maneira, estamos falando sobre conteúdos que precisam vir à superfície. Outro ponto que chamou atenção de muitos aqui, foi quando eu falei sobre a auto inveja. 

Questão: Amado guru ji, quando você respondeu a pergunta que falava sobre o auto-ódio, você disse que existe também a autoinveja, e que essa inveja pode sabotar a nossa evolução, nos fazendo dar um passo para frente e dois para trás. Você pode clarificar qual parte de mim mesma, fica com inveja de outra parte de mim mesma? E como evitar cair nessa armadilha?  

Prem Baba: Parece conversa de louco. (risos) Tudo isso é uma grande loucura. Nós estamos aqui estudando a loucura humana. E tem aquele que acredita que tudo isso é normal. E tem aqueles que acreditam que os loucos são aqueles que largam tudo isso para viver para Deus. Tem gente que acha que os loucos são os que estão dançando e celebrando a vida... O normal é viver desse jeito, como você descreveu na pergunta. Eu tenho um amigo que chama isso de “normose”, ou seja, isso é uma doença psíquica, porque a entidade está tão adormecida e identificada com os dramas criados pela mente, que ela acredita que isso seja normal. Ela toma o real como irreal, e o irreal como real. Essa é uma inversão básica nos tempos de Kali Yuga. 

Esse é um processo muito complexo, mas, de uma forma mais simplificada, é quando a inveja é proibida de ser manifestada, e acaba se voltando contra você mesmo. Entenda a inveja como uma partícula solta, assim como são todas as manifestações do ‘eu’ inferior, e que, por determinação kármica, elas acabam encontrando abrigo no seu sistema. Mas, são partículas soltas, que têm autonomia. Então, em dado momento na sua relação, normalmente com a mãe, principalmente quando tem uma alternância entre um momento muito bom e outro muito ruim; onde em um momento você está no conforto, na segurança, no seio do absoluto, e no próximo você é pego pela insegurança, pelo medo da escassez... 

Então, você começa a notar essa dualidade atuando de forma muito clara. Assim, você começa a querer ter aquele “bom”, você quer pegar aquilo, mas não tem domínio sobre aquilo. Você entra e sai desse lugar de prazer muito rapidamente, e começa a se tornar obsessivo para alcançar aquele seio amoroso, mas você não tem esse direito, porque o karma não deixa. Com isso, você sente inveja de quem tem. Isso acontece, inevitavelmente, no processo de evolução da entidade, especialmente para quem tem irmãos ou outras crianças que estão por perto. Mas, normalmente, a criança é condenada por esses sentimentos. Então, a criança começa a sentir inveja daquela parte de si própria que pode alcançar o objetivo.

A inveja é um aspecto do ‘eu’ inferior, que atua destruindo o objeto que está sendo desejado. Por exemplo, se você tem inveja do seu vizinho, e ele está tendo sucesso e êxito na vida material, então você vai tentar trazê-lo para o seu nível. Porque, estando identificado com a inveja, você se acha incapaz de chegar ao nível dele. Nesse caso, o que você faz para ele baixar para o seu nível? Você destrói essa qualidade dele. Você fala mal dele, começa a inventar coisas sobre ele, como por exemplo, “o outro tem tudo isso porque roubou”, etc. A inveja não conta isso só para você mesmo, ela vai tentar contar isso para as pessoas que conhecem e admiram a pessoa invejada. A inveja vai tentar destruir a capacidade dessa pessoa de atingir o seu objetivo, ou seja, ela vai tentar minar a força dessa pessoa. E uma forma de fazer isso, é fazendo com que as pessoas percam a admiração por ela. Às vezes, você está em um círculo de amigos, e começam a falar sobre aquela pessoa, e muito sutilmente você fala: “Aquela pessoa é super legal, mas ela tem esse defeito, mas não é nada...” Assim o veneno foi espalhado. 

Imagine toda essa energia destrutiva que você joga para o outro, voltando-se contra você? O primeiro sintoma da autoinveja é a autocrítica. É um crítico interno, que não deixa a pessoa feliz com nenhuma vitória. Ela consegue uma coisa, e é motivo para ela celebrar, mas ela acha um jeito de achar falhas e de se derrubar. 
Como se livrar disso? Vamos por partes. 

A primeira parte: identifique o crítico interno. Se você pode fazer isso, você já está avançando no trabalho de cura. O próximo passo é dar uma olhada em como está a sua relação com a sua mãe. Talvez você encontre um núcleo de vingança, por não ter recebido o acolhimento que gostaria de ter recebido. Ainda tem contas abertas em relação a ela. Se você olhar nos olhos dela, verá que não consegue realmente reverenciá-la e agradecê-la. 

auto inveja está intimamente relacionada com a realização material. Para o bebê, a mãe é o mundo. Ela não tem o domínio do peito amoroso, ou seja, ela não tem o domínio do mundo. Então, ela sempre se sente não pertencendo; sempre há um sentimento de insuficiência, que acaba se traduzindo em auto inveja. 

Às vezes, limpar os porões dá bastante trabalho. Mas, nós nos propusemos a limpar. E tudo isso é Maya. Ela é poderosa. 
O autoconhecimento abre caminhos. O objetivo dessas transmissões é abrir caminhos. 

Abençoado seja cada um de vocês. Que possamos desatar todos os nós das heranças. Até o nosso próximo encontro. 

NAMASTE 

PREM BABA

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Sete Pecados Capitais - Ira
por Rosemeire Zago
Pessoas iradas têm ódio de si
Clique aqui e leia o 1º artigo da série
Clique aqui e leia o 3º artigo da série 
Clique aqui e leia o 4º artigo da série 
Clique aqui e leia o 5º artigo da série 
Clique aqui e leia o 6º artigo da série
Clique aqui e leia o 7º artigo da série
Este é o segundo artigo da série Os Sete Pecados Capitais: gula, cobiça, luxúria, avareza, preguiça, ira e inveja. Nesse segundo artigo abordarei a ira.
Segundo o dicionário Aurélio, ira é cólera, raiva, indignação, desejo de vingança. É preciso distinguir entre a ira ou cólera; e raiva ou ódio. O ódio e a raiva, de certa forma, são a ira reprimida. São emoções totalmente destrutivas tanto para os que as sentem como para quem se torna objeto delas. A ira é um impulso momentâneo, que provoca também os maus pensamentos, fazendo com que muitas vezes façamos acusações injustas, provocando muitas brigas e conflitos nas relações.
Pessoas que se comportam de maneira feroz, animal, destrutiva, agressivas, demonstram imaturidade. Se a ira causa um desejo descontrolado de vingança, está diretamente associada a desonra, brigas, indignação, a agressividade exagerada, a qual desencadeia hostilidade e destruição. É um estado de descontrole, que chega a modificar o semblante, a expressão facial. 
O homem conseguiu controlar sua agressividade através da razão, ou seja, utiliza a racionalização como um mecanismo de defesa, mas quando tomado por uma forte emoção nem sempre esses mecanismos atuam. A agressividade gerada pela ira demonstra a incapacidade de racionalizar quando se deixa dominar pela emoção, sobrepondo muitas vezes, conteúdos inconscientes, como por exemplo, pode indicar uma incapacidade exagerada de amar aos outros, muitas vezes como resultado do amor que não recebeu na infância ou da agressividade que recebeu, repetindo assim o mesmo padrão. Nesses casos é preciso identificar a emoção que foi mobilizada e que não permitiu a atuação do mecanismo de defesa. 
A ira no trabalho
No campo profissional a ira é o maior exemplo de sentimentos expostos, por exemplo, pelos líderes sem equilíbrio emocional ou autoconhecimento. Basicamente a atitude mental que está por trás da ira é o desejo de destruir. É aquele líder que apela para técnicas pouco eficazes como mexer com o lado emocional. É do tipo que, quando você vai pedir seu aumento salarial, ele diz que você é um ingrato e que você não imagina como foi difícil convencer a diretoria a lhe dar o último aumento. Ou quando ele não concorda com algo que você fez, ameaça o seu emprego, às vezes com frases sutis como: "O mercado de trabalho está difícil, não?". Ou ainda, quando você debate empolgado com ele sobre sua brilhante carreira, ele diz algo como, "Você tem ainda muito que aprender..." Ou seja, sempre te colocando para baixo, desvalorizando, com autoritarismo, desrespeito, provocando com o tempo e com as somas destes comentários, muita ira.
Por baixo de toda ira quase sempre detectamos o medo de errar, de expressar-se de outra maneira, de perder espaço, etc. Ao invés de terem consciência da origem de tais sentimentos, preferem atacar para defender-se de seus próprios fantasmas. O resultado disso é fazer com que a equipe não discuta os problemas com o líder, pois sabe que ele irá utilizar algum artifício emocional, desencadeando assim aspectos emocionais e conflitos.
Como lidar com a ira
O que fazer quando somos tomados pela emoção e perdemos o controle? Com certeza não é sair xingando ou berrando com o primeiro que aparecer pela sua frente, isso só vai piorar as coisas e trazer mais confusão.
O mais indicado é extravasar sim, porém de maneira adequada, seja surrando uma almofada ou um colchão, fechando os vidros do carro ou se trancando em seu quarto e gritar. Pode também escrever tudo que estiver sentindo e depois poderá guardar e ler após um mês.
Outra técnica é a visualização: imagine a pessoa que provocou tal sentimento em você e fale tudo que estiver sentindo. Qualquer coisa que libere seus sentimentos, ainda que só em seus pensamentos, te trará um grande alívio, pois para o inconsciente não há diferença entre o pensamento e a realidade. É possível assim, descarregar toda energia reprimida causada pela ira ou raiva de modo a não ofender ou machucar alguém.
Depois, mais calmo, é possível analisar a situação e refletir o que tocou tão profundamente dentro de você, o que tocou em sua emoção. Isso não quer dizer que seja saudável nos sentirmos irados a todo momento, considerando tudo como ofensa pessoal, mas havendo o sentimento, também não é benéfico reprimir sua manifestação, desde que seja feita como sugerida acima.
Mas o que dizer daquelas pessoas que estão sempre extravasando sua ira e continuam constantemente iradas?
Geralmente, são pessoas que não se confrontam com a fonte original do sentimento e saem agredindo a todos, quando na verdade, ainda que inconscientemente, estejam agredindo a si próprias.
Através do autoconhecimento é possível perceber que comportamentos desse tipo são manifestações de ódio por si mesmo. Por mais que possam te fazer, não permita que alguém tenha controle sobre seus sentimentos e consiga te deixar irado. Como em todos os outros pecados o amor por si mesmo ainda é o melhor remédio.



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